Alan Moore

Alan Moore

Biografia

Nome maior dos comics, considerado como o maior argumentista de BD de sempre, Alan Moore vê agora divulgada em Portugal uma outra faceta do seu imenso talento, a de romancista, graças à edição pela Editora Saída de Emergência do romance "A Voz do Fogo ", uma obra que, embora atípica em relação ao resto da sua carreira é, como veremos, o seu mais importante trabalho já publicado em Portugal.Nascido em Northampton em 1953, Alan Moore é uma lenda viva da BD, até pela excentricidade da imagem que cultiva (basta ver a fotografia que acompanha este artigo...) e pelo afastamento total das grandes manifestações públicas, como os Festivais e as Convenções de BD, trocados pelo exílio voluntário da sua casa de Northampton, uma pequena cidade do interior de Inglaterra. A sua longa carreira, recheada de prémios e sucessos comerciais, iniciou-se em Inglaterra, nas páginas das revistas 2000 AD e Warrior (onde foi publicado o notável "V For Vendetta"), mas seria em 1984, ao passar a trabalhar para o mercado americano, graças a um convite de Len Wein, editor da revista "Swamp Thing", que o chamou para escrever as histórias do Monstro do Pântano que o mundo pode finalmente apreciar todo o talento de Moore e a sua capacidade de insuflar uma nova vida a personagens cansados, provando que a BD também pode ser literatura. No caso de Swamp Thing, Moore vai literalmente reinventar o género fantástico numa série de histórias memoráveis, com uma forte carga ecológica, ao mesmo tempo que abre as portas do mercado americano a outros criadores ingleses, como Neil Gaiman.Mas a sua obra mais famosa é o célebre "Watchmen", uma série em 12 números, publicada pela DC Comics, em 1986. Aproveitando alguns heróis obscuros da editora Charlton, cujos direitos a DC tinha adquirido, Moore, na companhia do desenhador Dave Gibbons, faz uma brilhante análise sobre o impacto da existência dos super-heróis no mundo real, numa história notável, construída com a precisão de um mecanismo de relojoaria.É esse autor genial que, depois de Watchmen, provou todo o seu talento em projectos tão dispares como "From Hell" uma notável investigação sobre os crimes de Jack, o Estripador, que o próprio Moore define como "uma autópsia da sociedade vitoriana", a "Liga de Cavalheiros Extraordinários", em que reúne os maiores heróis da literatura vitoriana num super-grupo ao serviço da Coroa britânica, ou o mais recente (e polémico) "Lost Girls", em que a mesma lógica da Liga... (a utilização de personagens nascidas na literatura) é aplicada numa história que o próprio Moore descreve assumidamente como "pornográfica".Se as adaptações cinematográficas das suas obras (que Moore renega com veemência), ajudaram a dar um destaque ainda maior à sua obra como argumentista de BD, a verdade é que Moore sempre se dedicou a outras actividades, como os espectáculos de magia e "Spoken Word", com os músicos David J. (dos Bauhaus e Love & Rockets) e Tim Perkins, e também à literatura, com este "A Voz do Fogo".Romance de estreia do autor, "A Voz do Fogo" leva o leitor numa fascinante viagem no tempo de mais de cinco mil anos, desde o Neolítico até ao ano de 1995, em que o livro foi publicado, através da história da cidade de Northampton, onde o escritor vive. Essa viagem é feita através de 12 contos autónomos, narrados sempre na primeira pessoa, com protagonistas tão diferentes como um homem do neolítico abandonado pela sua tribo, um cobrador de impostos romano envenenado pelo chumbo que corrompe o Império; duas jovens bruxas apaixonadas prestes a arder na fogueira; um velho guerreiro coxo que descobriu o segredo dos Templários em Jerusalém; um punhado de cabeças decapitadas, ou o próprio Alan Moore, que assume o papel de narrador na última das histórias, que acentua o carácter circular desta narrativa.Não sendo inicialmente um livro de leitura muito fácil, especialmente o primeiro capítulo, em que o escritor inventa uma linguagem neolítica, caracterizada por um vocabulário extremamente reduzido, "A Voz do Fogo" é uma leitura cativante, graças à forma brilhante como Moore mistura história e lenda, num

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