A Estrada do Tabaco - Crítica no Livros a Doi2
A sua leitura é fácil e complexa ao mesmo tempo. A escrita é facilmente acompanhável, o livro é pequeno e de capítulos relativamente curtos, mas torna-se complexo pelo tema em si e pela brutalidade com que o autor expõe as suas personagens. Mas é extremamente directo, o que nos leva sempre a procurar o que vem a seguir, quebrando apenas o ritmo quando o personagem principal, Jeeter, utiliza o seu discurso altamente repetitivo, tipo lengalenga, mas que não é mais do que o autor a caracterizar-nos a personagem.
Será o livro é de rir até às lágrimas como diz o "The Daily Beast", não o é, de maneira nenhuma, a não ser que o leitor seja de uma insensibilidade gritante. Na verdade há alguns momentos que nos consegue tirar um sorriso mas não mais do que isso, de tão trágico que realmente é.
É um clássico que merece ser lido, e que apesar de ter sido escrito há mais de 80 anos ainda hoje consegue se manter actual. Pelo menos comigo o autor foi bem sucedido, retirou-me da minha zona de conforto, provocou-me e deixou-me com o livro na memória. É uma obra de uma enorme qualidade mas da qual não tiramos prazer da sua leitura, fascina mas não agrada. Para o ler e tirar partido da experiência de leitura é preciso estar preparado para não encontrar beleza e felicidade, apenas a pior imagem possível do ser humano, é o grotesco no seu melhor. Bom trabalho Erskine Caldwell.