A História da Pobreza em Portugal - Crítica no Deprofundis
De uma forma geral, a História que se ministra nas escolas mais não será do que um reportório de glórias passadas para fazer crer aos alunos que se vive numa terra única e santificada, de “guerreiros, heróis e santos”, e pela qual poderão ser mais tarde chamados a dar alegremente o seu sangue. Tudo com “fé em Deus e a Pátria no coração”, como se dizia nos tempos da ditadura.
Mas não é só em Portugal que tal acontece. Em boa verdade, por esse mundo fora, mutatis mutandis, todos fazem o mesmo.
Porém, como em tudo na vida, tal forma de ministrar a disciplina de História, tendo as suas vantagens, tem fatalmente os seus inconvenientes. Quanto mais não seja porque, se não reconhecermos os erros do passado, estaremos eternamente condenados a repeti-los.
E é neste contexto que José Brandão nos presenteou com mais uma das suas notáveis obras de divulgação histórica. Escrita numa linguagem escorreita e acessível, é estruturada à semelhança dos antigos compêndios de História de Portugal. É tratada cronologicamente por reinados até à implantação da República.
Através da sua leitura empolgante, vamos percebendo a razão pela qual os mais fracos (a esmagadora maioria dos portugueses) continua a viver na miséria e num obscurantismo mal disfarçado, cada vez mais afastada dos níveis de vida dos restantes países europeus.