À Luz da Meia-noite - Crítica no blogue As Leituras do Corvo

Aidan era um actor famoso, aclamado pelos fãs e de uma generosidade a toda a prova, mas a traição dos que lhe eram mais próximos destruiu a sua confiança. Agora, Aidan refugia-se no isolamento para não ter de voltar a contactar com o mundo exterior, a confiar para voltar a ser traído. Mas a traição do irmão está prestes a atingir um novo nível. É que Donnie acaba de invocar o deus da dor, aprisionado por uma maldição, para acabar com a vida de Aidan. E a única pessoa capaz de o ajudar é Leta, a deusa responsável pela maldição que paralisou o deus da dor durante séculos. Também ela marcada por perdas e sofrimentos passados, Leta está disposta a ajudar Aidan, custe o que custar. Mas como pode ela conquistar a confiança de alguém tão completamente desiludido que fechou as portas a qualquer possibilidade de acreditar?
Sendo um livro bastante mais breve que os anteriores da série, é expectável que as coisas aconteçam de forma bastante mais rápida que nos anteriores. O que, de facto, acontece. A história de Aidan e Leta decorre em poucos dias, pelo que há, comparativamente aos volumes anteriores, um menor desenvolvimento à nível da relação e um romance que se desenrola de forma um pouco mais brusca. Há, também, menos desenvolvimento a nível da parte sensual do enredo, o que, tendo em conta o rumo dos acontecimentos, acaba por resultar bastante bem.
A história centra-se, pois, por um lado, no percurso de conquista da confiança de Aidan, através dos sofrimentos passados dos dois protagonistas, e, por outro, no inevitável confronto com Donnie e com o deus que este invocou. Sem contar, claro, com os demónios interiores que levaram Aidan a fechar-se na ira e na suspeita. Mais uma vez, a relativa brevidade influencia a construção do enredo, levando a que não haja grandes momentos descritivos, sendo que grande parte da caracterização das personagens está nas suas memórias e acções.
E são, realmente, as personagens o grande ponto forte deste livro. A história de Aidan, enquanto alguém generoso por natureza, mas vítima de uma inveja sem limites, desperta, desde logo, alguma empatia, e o mesmo acontece com o passado de Leta. Além disso, os seus sofrimentos comuns fazem com que a sua relação cresça de uma forma mais natural (ainda que um pouco apressada), à medida que a desconfiança vai dando lugar à empatia e, depois, a algo mais. Esta é, também, a base para um interessante equilíbrio entre alguns momentos divertidos e um final bastante emotivo, o que faz com que a história consiga ser, ao mesmo tempo, leve e comovente.
Centrado essencialmente na história e na relação entre os protagonistas, este é um livro bastante mais simples que os outros volumes da série. Ainda assim, e mesmo sem grandes ligações aos acontecimentos anteriores, a história não deixa de ser cativante, com o seu equilíbrio entre acção e romance - e um toque de humor. Uma boa história, portanto, com personagens fortes e um ritmo viciante. Muito bom.

Publicado em 25 Janeiro 2013

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