A Voz - Crítica no blogue O Sofá dos Livros

Eu já li os três livros da autora da trilogia das Joias Negras e gosto bastante desta autora. Nesta novela, Anne Bishop, apresenta-nos um mundo diferente, talvez menos negro do que os do sangue, onde tudo nos parece cor-de-rosa, mas onde um segredo é mantido a todo o custo.
Novamente, a autora cria personagens femininas bastante fortes e com quem nos podemos identificar facilmente. Pouco sabemos acerca da “Voz”, uma rapariga muda que e o foco central desta novela. Anne Bishop, já nos habituou a tocar em temas sensíveis e torna-los visíveis, alertando assim para um problema social, neste volume vemos os casos de violação que são sancionados por todos devido às regras antigas e aos costumes de um povo.
Nalah acaba por tomar consciência de tudo o que se passava na sua aldeia e o que era feito pelos aldeões. É ela que narra a história e que nos revela o mundo. Vamos conhecendo os segredos e os acontecimentos através da sua voz e conforme ela também os descobre. Isto cria uma ligação íntima com o leitor, facilitando a interacção e a identificação com as personagens.
Anne Bishop revela uma vez mais a sua capacidade de agarrar o leitor.
 
A rapariga não me recebeu sozinha e uma das pessoas que a acompanhavam era um jovem entroncado. Estava vestida de túnica com capuz a condizer. As mangas da vestimenta tinham sido desenhadas com engenho, mas não disfarçavam o facto de a Voz ter os braços amarrados à cadeira. Como se não bastasse terem-na privado até da ilusão de liberdade… tinham-lhe feito qualquer coisa para permitirem que o acompanhante, aplicando alguma pressão sobre um perno de madeira introduzindo um objecto que se encontrava na boca dela, lhe abrisse os maxilares à força para as oferendas serem enfiadas no orifício. Depois fechava-lhe a boca à força, para não cuspir as guloseimas.
 
Neste excerto vemos um pouco da crueldade daquele mundo e como a autora consegue fazê-lo transparecer de uma forma crua. Este volume está escrito de uma forma mais acessível e de mais fácil compreensão.
É um conto a não perder, e que nos abre a curiosidade acerca deste mundo.
Publicado em 30 Julho 2013

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