Acácia - O Povo das Crianças Divinas - Crítica no blogue Bela Lugosi is Dead

As Edições Saída de Emergência resolveram dividir cada livro original da série Acácia em dois volumes. Assim, Acácia – O Povo das Crianças Divinas é a continuação direta de Acácia – Outras Terras (ler crítica). Começar esta leitura pode não ser fácil para quem leu o volume anterior há algum tempo. Nos primeiros capítulos, é exigido algum esforço de memória, uma vez que a história continua a avançar a um ritmo considerável e sem espaço para explicar pormenores que já foram apresentados com detalhe no outro livro. Por isso mesmo, é aconselhável ler este volume próximo de Outras Terras.
No momento em que o leitor volta a entrar na trama e ultrapassadas as dificuldades iniciais, torna-se difícil parar de ler. As três personagens fulcrais continuam a apresentar desenvolvimentos interessantes e bem conseguidos.
Corinn é uma personagem ambígua, que tanto pode ser amada como odiada. As suas intenções continuam a ser bastante plausíveis e os seus pensamentos muitas vezes levam o leitor a sentir simpatia, mas as formas utilizadas para alcançar os seus desejos geram repulsa. Esta mulher de armas é muito provavelmente a figura mais interessante da narrativa e os capítulos que lhe são dedicados nunca são aborrecidos.
Com Dariel continua a descoberta das Outras Terras. Por isso mesmo, os seus capítulos acabam por ser mais dedicados à descrição deste novo lugar e das suas estranhas pessoas, mais do que aos pensamentos e sentimentos deste príncipe rebelde. Só mais próximo do fim existe uma alteração que promete revelar-se curiosa no próximo volume.
Neste volume, os capítulos de Mena acabaram por ser os menos entusiasmantes. A relação desta princesa guerreira com a criatura alada que adotou parece ser demasiado perfeita e a forma como esta personagem encara certas situações revela ingenuidade. A esperançosa Mena acaba por colocar-se numa situação que o leitor, desde o início, sabe que não pode correr bem.
Para além dos irmãos, existem ainda outras personagens que ganham relevância. Destaco Shen, uma criança prodígio dotada de uma personalidade intrigante. A forma como ela se relaciona com os outros e com elementos já apresentados em volume anteriores fazem aumentar a vontade de descobrir o seu papel neste jogo político que se apresenta cada vez mais complicado.
O final possui um elemento inesperado e que faz surgir sentimentos distintos. Esta nova situação tanto pode parecer demasiado forçada como também pode vir a funcionar muito bem, tudo depende da forma como o autor a vai desenvolver. Foi, com toda a certeza, uma boa forma de manter os leitores interessados e desejosos de pegar no próximo livro da série.

Publicado em 22 Agosto 2013

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