Acácia - Ventos do Norte - Crítica no blogue Chaise Longue

Foi com muita expectativa e curiosidade que aguardei o lançamento deste primeiro volume da trilogia de David A. Durham ao longo do ano. Afinal, a crítica compara-o a grandes autores do Fantástico como George R. R. Martin e considera-o «a grande revelação dos últimos anos na Fantasia». Como se esta já não fosse uma boa razão para não ficar indiferente à chegada de Acácia às nossas livrarias, a sua sinopse deixou-me, literalmente com "água na boca". Uma promessa de Impérios, batalhas, intrigas e de profecias, bastou para que a minha "alma épica" não pudesse resistir ao "chamamento" deste livro.

A primeira coisa que me prendeu logo desde o início é as parecenças de Acácia com os Impérios da nossa História. Nota-se em cada pormenor da concepção deste mundo as influências dos Grandes Impérios do nosso passado em termos culturais, sociais ou bélicos, o que fez com que me identificasse de imediato com a estrutura da história e me adaptasse às mudanças que vão ocorrendo ao longo da trama. Como estudante de História e fã de literatura fantástica, esta junção entre uma e a outra de uma forma tão intrínseca deixou-me maravilhada pois é raro tais matérias serem tão bem aproveitadas e adaptadas a novas realidades.
Durham apresenta-nos ainda problemas actuais como a droga e o (eterno) tráfico humano que são a base da economia acaciana e o seu maior segredo pois ligado a ele está uma Liga que controla até a casa real, esteja ela do lado de quem estiver. Não vós faz lembrar nada? Numa base de sociedade antiga, o escritor consegue agregar os sistemas económicos e os problemas de actualidade, criando um Mundo Conhecido que nos traz lembranças do nosso próprio mundo.

Mas uma das maiores características é, sem dúvida, a multiplicidade de povos que povoa este Mundo Conhecido. Com influências variadas, estes povos apresentam uma complexidade de culturas, etnias, religiões e língua, trazendo um brilho diferente a toda a história e que me deixou perplexa. Aqui, em cada página, uma parte do nosso mundo está representado.

A parecença maior que encontrei com Martin, foi que o autor dá voz a cada uma das personagens, portanto também aqui pudemos ver a trama a desenrolar em várias perspectivas diferentes. Tem, de facto, um pouco da brutalidade deste mas não é nada de semelhante, até porque este é um volume introdutório e por isso ainda há muito para descobrir em Acácia.

As personagens ainda são um completo mistério, há muito para descobrir e entender destas mas daquilo que já li, agradou-me imenso. Parece quase como uma promessa no ar de que muito ainda está para vir e para acontecer. Adorei os destinos diversificados dos irmãos Akaran, deu um ar totalmente novo à história e adorei os vilões de tanto que dá vontade de odiá-los.
Os capítulos inicias são basicamente apresentação deste mundo e é nos últimos que existe uma movimentação bastante interessante e que deixou muitas duvidas mas que deu ainda mais interesse.
Depois de uma leitura intensa posso dizer-vos que estou perdida por este novo mundo e que valeu cada dia de espera. Para mim foi uma das melhores leituras do ano e mal posso esperar pela segunda parte que deve desvendar muito do que os Mein e os Akaran têm guardado para nós.

7*

Publicado em 13 Dezembro 2011

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