As Garras da Águia - Crítica no Ler y Criticar

Este 3º livro da Saga da Águia é o mais rápido de se ler, o mais viciante, mas será, provavelmente, o mais fraco da saga até agora, pois acredito que sera o que vai abrir um novo caminho para os próximos livros.
O porquê está no caminho que a saga inicia neste livro e onde fica a ideia que no fim retorna ao caminho anterior, como se este livro fosse um desvio que levasse a um aprofundar das personagens. Olhando para o enredo como um todo, este livro avança muito pouco enquanto história (num olhar à trama principal até agora) mas avança bastante em relação às personagens, tanto nas várias que apresenta como nas que já conhecemos. Cato e Macro crescem bastante enquanto personagens mas também a ligação entre ambos é fortalecida, quer seja em momentos cómicos, de desabafo ou até de sofrimento.
Neste desvio que antes mencionei, o que perde é a intriga política, e sendo este, talvez, o melhor que a saga nos dá, nota-se que falta alguma coisa nestas páginas. Todavia, o elevado ritmo leva-nos a continuar a ler sem parar, pois ficamos perante acontecimentos consecutivos dentro de uma única missão, e queremos sempre continuar para percebermos como tudo acabará. 
Onde Scarrow continua muito bom é nas descrições, principalmente das batalhas. Scarrow consegue transmitir emoção e violência visual enquanto nos dá detalhes interessantes e que nunca me saturaram. Em termos visuais este é o livro mais forte e esta componente alia-se bem ao facto de este ser o livro onde a narrativa nos empurra mais para um dos lados da batalha durante as primeiras páginas. A nossa visão, enquanto leitores, é romana e a propaganda é dada vezes e vezes como se Roma fosse a luz num mundo de escuridão. O que Scarrow faz muito bem é, com diálogos, balançar as visões, tentando dar o lado do inimigo de Roma, que está a defender a sua terra. 
Esse será um dos aspetos mais interessantes, tentarmos ver o livro pela perspectiva que não nos é dada: tentar olhar para a invasão romana pelo olhar de quem vê as suas terras a serem conquistadas por estranhos.
No fim, a narrativa principal do livro parece voltar ao caminho anterior da saga e, com alguns acontecimentos muito interessantes, vai certamente abrir portas para os próximos livros, que têm tudo para ser muito interessantes. Devo ainda salientar a inclusão de várias personagens neste livro. Scarrow demonstra que quer "abrir o leque" ao aprofundar algumas personagens que em teoria sempre estiveram presentes no enredo dos livros anteriores mas nunca foram mencionadas. Há uma sensação que Scarrow está a aprofundar certas ligações, certas amizades e noções de vida militar para as usar melhor nos próximos livros, o que me deixa muito curioso sobre algumas situações.
Sendo um livro que é notoriamente uma transição para uma nova realidade, graças ao que acontece nas últimas páginas, não me irei alongar muito e vou continuar com a saga. Scarrow mantém o seu estilo, só retirou a intriga política durante algum tempo, dando espaço para outras questões importantes. Para mim, como disse no início, é globalmente o livro mais fraco, o que não quer dizer que seja mau. Quem gostou dos dois anteriores, continuará a gostar deste, mas provavelmente terá a mesma sensação que eu: este livro existe para criar a base do que está para vir. Venham os próximos, pois trata-se de uma saga muito viciante e com momentos de grande qualidade dentro do seu género.
Publicado em 12 Dezembro 2013

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