As Primeiras Quinze Vidas de Harry August - Opinião no blogue Bookaholic Kingdom

 Este ano pode dizer-se que tive a mais absoluta das sorte no que toca a ler livros marcantes. As Primeiras Quinze Vidas de Harry August é isso mesmo, marcante e profundamente arrebatador. 
 
Harry August nasce sempre no primeiro quartel do século XX, no mesmo sítio, da mesma maneira, na mesma data. Vive até ver o Muro de Berlim cair e quando morre descobre que volta a nascer. Com todas as suas memórias, com todos os seus desgostos ou vitórias. Vê a sua mãe morrer várias vezes, vê o Desembarque na Normandia outras dezenas, toda a sua existência se repete vezes e vezes sem conta até que um dia no leito da sua morte uma rapariga sussurra-lhe umas palavras desinquietantes, o mundo vai acabar
 
 
Uma leitura que me deixou sem palavras. A premissa é fascinante e um sopro de ar fresco na ficção científica! Começamos a descobrir e conhecer Harry nos seus primeiros anos de vida, da sua primeira vida mais propriamente, a trama acaba por desenrolar-se de modo a darmos por nós num plano megalómano que irá destruir o futuro.  A questão é que parece não haver solução. Não há maneira de o impedir. O leitor vai ficar preso ao livro e ao mesmo tempo perplexo !
 
 
Não é de todo um livro com demasiada acção e ritmo super frenético, desenganem-se se acham que isso é mau, é uma suave pincelada, um redemoinho de acontecimentos que se unem ao longo dos capítulos tornando esta leitura em algo extraordinário. A escrita da autora é brilhante tornando este mundo que criou tão plausível como a realidade. Está verdadeiramente bem construído, filosoficamente e cientificamente. Harry debate-se com questões éticas, religiosas, sociais, existenciais e cientificas. Procura saber quem é, porque é assim, porque realmente existimos, e qual é o propósito da nossa existência. Mas quererá realmente essas respostas? Haverá um preço a pagar?
 
 
Harry é para mim umas das personagens mais ricas e complexas do livro, de tal maneira que acabamos por pensar como ele, entrar na personagem e segui-lo durante as suas primeiras quinze vidas. O desfecho da personagem não poderia ser melhor, o fim é de cortar a respiração. Todo o livro é um caminhar pela vida de uma personagem que nos leva a um determinado ponto de colisão. Esse boom final merece uma ovação de pé. Não haveria maneira melhor de acabar uma obra.
 
 
As Primeiras Quinze Vidas de August Harry não é um livro sobre perdão. É um livro sobre luta. Sobre viagens no tempo e imortalidade. É um livro de ficção cientifica inteligentemente bem concebido. Aconselho este livro não só para todos aqueles que gostem de ficção cientifica mas para todos aqueles que gostam de ler um bom livro. Um livro que permanecerá na minha mente durante muito tempo.
Publicado em 26 Outubro 2016

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