Carbono Alterado - Crítica no Páginas Desfolhadas
No século XXV é possível viver para sempre! O mundo ideal? Nem por isso... Mas é um excelente início para um dos melhores thrillers futuristas (ou qualquer thriller, no geral) que já li.
Acompanhamos Takeshi Kovacs e, apenas pelo nome, podemos ver que o autor tenta misturar várias culturas neste mundo. O que não é de estranhar, já que o termo globalização atingiu um sentido bem mais abrangente com as viagens intergalácticas. Takeshi esteve condenado a alguns anos de "congelamento", o que me parece um castigo justo. Imaginem, um criminoso é condenado a 100 anos de congelador e, quando regresso, o mundo está todo do avesso e algum ricalhaço comprou-lhe o corpo. Agora está confinado a outro corpo qualquer, até de outro sexo, ou mesmo "sintético" em último caso. Quando e se voltar a casa, a esposa já tem outro corpo, outro marido, outros filhos e mais 100 anos em cima.
Devaneios à parte, Kovacs vê-se em situações apertadas umas atrás das outras, não deixando ao leitar grande espaço para estas considerações filosóficas e psicológicas. Vão dar por vocês a pensar nas consequências das trocas de corpos, congelamentos, mortes temporárias e etc quando terminarem o livro. Há um pouco para todos os gostos, luta corpo-a-corpo, armas antigas ou futuristas, perseguições, tortura...
Para além de todo o interesse geral do mundo criado pelo autor, o caso em si (um multimilionário com centenas de anos, que se suicida, apesar de ter clones prontos a serem reutilizados mal alguma coisa corra mal) é intrigante, no mínimo, e a solução será inesperada e fascinante.
Não admira que Takeshi tenha sido aproveitado para outros livros do autor, já que pouco mais se pode pedir a um personagem e a um Mundo futurista. Um thriller fundamental e só espero que mais se sigam nas bancas da Saída de Emergência.
Publicado em 24 Setembro 2013