Cruz de Ossos - Crítica no blogue D311nh4
Briggs ou Harris, Harris ou Briggs?
Estas senhoras conquistaram em pleno a minha atenção e já constam na curta lista de autores a ter sempre em conta.
Briggs escreve com fluidez e com um tom coloquial que faz desta leitura uma convulsão ávida de absorver a história.
Assim que pego no livro, o enredo, a tecnicidade dos diálogos, a divisão dos capítulos e as descrições das emoções da protagonista, prendem-me totalmente.
Mercy está psicologicamente danificada depois do desfecho do volume anterior. Os ataques de pânico acompanham-na, sobretudo quando está com Adam.
Para agravar o seu estado de espírito, já de si turbulento, a rainha dos vampiros quer ajustar contas com ela e uma antiga amiga de infância bate-lhe à porta com problemas de fantasmas.
Este livro prima imenso pela temática em volta do dom de Mercy, que às vezes é esquecido dentro dos tumultos da alcateia. Ficamos a conhecer melhor a faceta de coiote da personagem e o que a denominação "caminhante" significa.
Stefan é um dos pontos centrais deste livro. O vampiro "soldado" nutre algum sentimento por Mercy, disso já nos tínhamos apercebido, contudo haverá uma exploração em torno da amizade de ambos.
No que toca ao triângulo desmembrado no volume anterior, surgem novas atitudes por parte de Samuel que deixam imenso a desejar. Torço por uma reviravolta, não que Adam me desagrade, longe disso, mas porque Samuel é um personagem demasiado interessante para ser deixado à sombra. O mistério em torno da personalidade do lobo solitário é um mais na história de Briggs.
Há muito tempo que são raros os livros que conseguem manter-me interessada ao ponto de perder a noção do tempo. Poucos são os que me fazem arrepiar, e confesso que as partes em que Mercy lida com o espírito, tiveram esse efeito em mim.
Em suma, ler Briggs já é como me sentir em casa. É natural, é necessário, é imprescindível à minha estante.