Dragões de um Crepúsculo de Outono - Crítica no blogue Livros a Doi2

Começo por confessar a minha ignorância. Nunca tinha ouvido falar em Dragonlance.
Quando vi este livro editado, chamou-me à atenção especialmente pela capa ser muita ao estilo das capas iniciais de "As Crónicas de Gelo e Fogo" de George R. R. Martin. Não acredito que seja coincidência... parece-me uma boa jogada de marketing.

Li a sinopse, vi a data de edição da versão original e tomei conhecimento da fama internacional da série Dragonlance. Retive, mas não estava o topo das minhas prioridades de leitura, até que um aconselhamento o fez subir e digo-vos... que agradável surpresa.

As expectativas não eram grandes, sou um leitor de fantasia selectivo, ou torno-me grande adepto de uma série e leio avidamente ou canso-me rapidamente e começo a bocejar a cada acto fantástico.

Dragonlance tem origem nos jogos, numa série de role-playing game (RPG), o Dungeons & Dragons. Sendo eu um adepto de jogos seja de computador ou de tabuleiro, pareceu-me um bom começo.

O desenrolar do livro é muito ao estilo de um RPG. As personagens são introduzidas no início da história e ao longo do livro temos a sensação que vamos jogando com elas, ultrapassando desafios ou níveis, ao mesmo tempo em que vamos desvendando aos poucos o passado de cada uma delas.
E são essas mesmas personagens que são o grande forte do livro. De uma vastidão de seres, anões, kenders,duendes, draconianos, elfos, meios-elfos, bárbaros, cavaleiros, guerreiros, magos, deuses e dragões, temos um pouco de tudo. E no meio, temos o grupo de companheiros, heróis improváveis, que seguimos ao longo do livro. Um grupo que não parece talhado para os desafios que terão pela frente, em constante conflito, desconfiança e mesmo animosidade, vão-se fortalecendo individualmente e como um grupo ao longo da história.

As personagens são bastante coloridas e marcam-nos de alguma forma. Apesar de no início serem introduzidas em número considerável, estas têm características vincadas que fazem com que sejam facilmente identificáveis e de uma forma geral agradáveis ao leitor.

É óbvio que sendo uma série mais virada para um público jovem, adepto de jogos, a escrita é muito descontraída,de leitura fácil e rápida. Nada de floreados que nos façam ter de voltar atrás e ler de novo um parágrafo para tentar apanhar o seu sentido. Mas para gostarmos de um livro não é necessário que este seja uma obra prima da escrita e por vezes sabe tão bem ler um livro descontraído.

Perdi a conta das vezes que desmanchei-me a rir com passagens do livro. Os objectos que misteriosamente apareciam na bolsa do kender Tasslehoff, o resmungão Flint e o medo de andar de barco, os Anões da Ravina e as discussões de Fizban com as árvores que o rasteiravam entre outras situações dão um toque bastante divertido à narrativa.

Os pequenos pormenores por vezes são o que fazem a diferença e este livro tem dois pequenos pormenores, no início dos capítulos, que me fazem gostar ainda mais da obra. Adoro títulos de capítulo longos desde que li "O Conde de Monte Cristo" e os desenhos que iniciam cada capítulo são extremamente interessantes a ambos servem de aperitivo para o que vamos ler de seguida.

De negativo, apenas consigo apontar que a cena ou batalha final se desenrola demasiado depressa, acho que merecia que fosse mais espremida e mais pormenorizada. Foi um desenlace rápido demais e o livro merecia mais umas vinte páginas para estruturar melhor esta cena.

Muitos segredos ficam por desvendar e por isso o entusiasmo para ler os restantes livros da trilogia é bastante grande.

Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan

Publicado em 11 Julho 2013

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