Entrevista a Loretta Chase autora de Sedução de Seda

Rita – Not Another Romance Blog (R): Bem‑vinda a Not Another Romance Blog, Loretta! Parabéns, estou muito entusiasmada por a ter aqui e poder perguntar tudo sobre a sua última publicação, Sedução de Seda. Qual é a sensação de publicar outro livro? Os sentimentos mudaram muito quanto ao lançamento dos seus romances anteriores?
Loretta Chase (LC): Obrigada, Rita. Estou contente por estar aqui. Adorei embarcar nesta série e trabalhar neste livro. Quanto à publicação — há unicamente um «primeiro livro», e a excitação incrível de o ver publicado. Mas cada livro dá‑me uma alegria imensa, na linha de «Ena! Escrevi outro!»

R: Indo diretas ao assunto e descobrindo mais sobre o último livro: Sedução de Seda é o primeiro livro da série Modistas. O título é uma pista óbvia, mas pode falar‑nos um pouco sobre esta nova série; do que trata, o que a torna única, e de onde surgiu a inspiração para a criar?
LC: Em poucas palavras: três irmãs talentosas e ambiciosas farão tudo ao seu alcance para tornar a sua boutique a preferida de Londres. A série desenvolveu‑se a partir do meu fascínio de revistas femininas do Século XIX, debates com os historiadores de traje e vestuário no museu Colonial Williamsburg e da minha própria apetência e gosto por tudo o que é moda. Uma coisa que é diferente é o cenário — 1830 e a Era Romântica. As modas não são nada como no Período de Regência (ou era pré‑vitoriana), com um tipo de look Jane Austen. Quanto a elementos únicos — as minhas heroínas são descendentes de Dreadful DeLuceys: os terríveis aristocratas que pairam nos bastidores de [livros anteriores como] Lord Perfect e Last Night’s Scandal.

R: Moda histórica é um assunto intrigante para muitos. Fico sempre com a ideia, enquanto leio os seus livros, que são muito bem investigados e que é muito conhecedora dos assuntos abordados nas suas histórias. Também dirige o fabuloso blogue Two Nerdy History Girls, onde, com a autora Susan Holloway Scott, expõe uma série de assuntos e temas históricos desde vestidos populares a cenários gloriosos. Também sou uma amante de História! Pode falar‑nos um pouco do seu blogue, e já agora, há alguma
dica que queira partilhar connosco, também amantes de História?
LC: Muitas pessoas pensam que História é aborrecida porque na escola são obrigados a ler sobre política e guerras. Mas há História que lida com o quotidiano: da arte e arquitetura a comida, traje e regras de etiqueta e maneira de comportar — muito mais interessantes até, porque nos identificamos com estes aspetos. Basicamente, a Susan e eu somos

recoletoras de tudo o que é histórico, e o blogue permite‑nos partilhar os nossos achados com outras almas caridosas. Neste momento os meus blogues estão a oferecer um Guia Ilustrado de Sedução de Seda — inúmeras dicas de História relacionadas com a história, e inúmeras imagens — e mesmo vídeos de filmes.

R: Os seus romances históricos estão entre alguns dos mais originais e frescos que alguma vez li! Com todos os géneros, decerto, há truques e técnicas de enredo que são constantemente usados e a previsibilidade é muitas vezes o receio maior de leitores e críticos. Naturalmente que estamos todos a torcer pelo «Felizes para sempre», mas pode explicar‑nos um pouco como mantém os seus enredos tão frescos e novos e ao mesmo tempo fidedignos a esse «final feliz»?
LC: Isso é um tremendo elogio, e quem me dera saber explicar. Mas a verdade é que a minha mente simplesmente vai nessa direção.É absolutamente não deliberado — ou mesmo consciente.

R: Vamos mesmo diretíssimas à jugular! De que trata Sedução de Seda?
LC: É sobre duas pessoas de mundos diferentes — o mundo cruel da alta moda e da alta sociedade — que não conseguem parar de se seduzir mutuamente, mesmo que seja um jogo ridiculamente perigoso para ambos. A sua história de amor lida com catástrofes das quais sobrevivem, e com a aprendizagem de confiarem o suficiente para conseguirem tomar riscos. OK, isto soa a algo muito sério, mas os leitores que me conhecem sabem que haverá muitas gargalhadas e risos pelo meio. E, claro, é mesmo sobre roupas, também, completas com momentos tipo «Projeto Fuga» e «O que não Vestir».

R: Tenho quase a certeza de que, para qualquer leitor de romance (e de todos os géneros), as personagens ou fazem ou destroem a história. Um livro pode ter os cenários mais inebriantes e o enredo mais original, mas se as personagens não têm personalidade, deixa muito a desejar. Conte‑nos mais sobre o herói e a heroína de Sedução de Seda. Quem são eles, que defeitos e qualidades redentoras têm, e o que os atrai um ao outro além dos seus encantos físicos?
LC: Marcelline Noirot perdeu tudo na epidemia de cólera de 1832, tudo exceto a sua filha e irmãs. Aos 21 anos, ela veio para Londres com poucas moedas, o seu talento como estilista e modista, e as habilidades DeLucey, e começou a reconstruir uma vida para a sua família. Ela é esperta e encantadora, uma batoteira em jogos de cartas e uma mentirosa inata — mas é apaixonada pela sua família e pelo seu trabalho. O Duque de Clevedon está habituado a conseguir o que pretende, e tem devotado os últimos três anos da sua vida ao prazer, sobretudo em Paris. Mas também perdeu pessoas queridas. Isto e a educação rígida salvam‑no de ser completamente egoísta e superficial. Além da arrogância natural e do egoísmo, tem um fundo de generosidade, lealdade e proteção. Também é incisivo e malicioso como Marcelline, o que cria uma relação de igual para igual entre ambos.

R: Mudando um pouco de assunto... Que tipo de livros gosta de ler? Que género de enredos a divertem, que traços de caráter gosta de encontrar nos protagonistas, e que cenários e géneros a cativam mesmo?
LC: Diverte‑me e lá está: comédia romântica, por exemplo, e malícia em qualquer género. Não há preferências especiais em personagens — exceto por querer que elas sejam completamente desenvolvidas. Muitas das minhas leituras tendem a ser fora do meu género: muitos romances policiais, alguns do paranormal, ficção do Século XIX e muita História (História Social e Biografia). Uma vez que leio tanto de literatura contemporânea como de romance histórico, a minha preferência na maioria dos géneros tende para cenários históricos.

R: Publica livros desde os anos 80. Gosto muito de ler um autor debutante, mas nada bate ler um clássico por uma veterana como a Loretta (veterana no sentido de carreira). Estou apenas curiosa por saber: ao longo dos anos, que tipo de mudanças testemunhou no género de romance histórico em termos de edição e publicação? Lê frequentemente novos autores ou prende‑se com outros? E ainda, converteu‑se ao e‑book ou será sempre uma diva dos paperback até ao fim?
LC: Eu vi a mudança no romance histórico daquilo que eu creio ser o tipo de romance E Tudo o Vento Levou — com milhares de personagens, julgamentos e atribulações intermináveis, separações trágicas de herói e da heroína, etc — para livros mais íntimos, mais focados no herói e na heroína. Além disso — e a descida drástica de editores e editoras — não faço ideia que tendências andam por aí. Verá sempre novos autores na minha pilha de livros para ler. Uma vez que já tem alguns quilómetros de comprimento, já não são novos na altura em que os leio. Mas tenho autores preferidos, sim. Assim sendo, não se trata de preferir formato Kindle ou livros impressos. Cada um tem atributos maravilhosos, e eu penso que é ótimo termos duas maneiras de ler.

R: Já escreveu algum livro fora do género de romance histórico, e tem planos ou gostaria de publicar noutros géneros?
LC: Tentei um romance paranormal a dada altura, mas aparentemente foi apenas uma forma de exorcizar alguns demónios pessoais. Literalmente. Não correu bem.

R: Que projeto tem na calha, e o que podemos esperar ver nas prateleiras nos próximos tempos?
LC: A Série As Modistas está planeada como uma trilogia, por isso o próximo livro será sobre a irmã Noirot nº 2, Sophia, a vendedora sem igual.


R: É respeitada na comunidade romântica por um sem‑número de leitores e autores; pode dar‑nos alguma pérola da sua sabedoria para fornecer aos aspirantes a escritores?
LC: Considerando como sou lenta a escrever, o meu conselho pode não ser assim tão precioso. Frequentei muitos workshops de Escrita Prática — no meio académico e também para empresas, tanto para mim como para os meus amigos — antes de mergulhar num romance. Praticar e trabalhar no seu próprio estilo é muito importante, creio. O grande segredo da minha escrita é re‑escrever — e investigar tudo até à exaustão — e ter pessoas ao meu redor que sejam extremamente solidárias, mas que também me ajudem a não me levar demasiado a sério.

R: Muito obrigada por ter passado por aqui e ter saciado a minha curiosidade, Loretta! É a preferida de todos os fãs e tenho a certeza que os seus leitores mal podem esperar para devorar Sedução de Seda (como eu planeio fazer!) Felicidades!
LC: Obrigada eu! E — sem querer soar gananciosa ou o que quer que seja — eu espero que todos gostem do livro! 

Publicado em 24 Julho 2015

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