Gladiador - Crítica no Livros a Doi2

Macro e Cato viajam de volta para Roma após a sua bem sucedida campanha no Médio Oriente. Iam mas para já ficam a meio caminho, graças a um terramoto seguido de uma onda gigante que obriga a refugiarem-se na ilha de Creta.
 
E se Creta era um óptimo local para umas boas férias, obviamente que os dois centuriões têm muito mais que fazer, do que apanhar banhos de sol. A ilha, devastada pelos desastres naturais e com os seus governantes mortos ou incapacitados, vê-se tomada por uma rebelião de escravos liderada por Ajax um ex-Gladiador. Quem mais do que Macro e Cato para controlarem a rebelião?
 
Aqui nasce o dilema herói/vilão que se levanta neste livro. A escravidão tinha um papel extremamente importante na sociedade e economia do Império Romano. A exploração de seres humanos, sem direitos legais, sujeitos a exploração laboral e sexual, a maus tratos, tortura que muitas vezes terminava em morte, é nos nossos dias inaceitável. E é exactamente o confronto entre estas pessoas e os habituais heróis, Cato e Macro, como representantes do Império que se verifica neste livro.
 
Admito que tive alguma dificuldade, mesmo gostando bastante das personagens principais desta série, em considerar estes como sendo os heróis do livro. É difícil não compreender a razão da rebelião e mesmo apoiá-la. Claro está que ao longo da obra, as atrocidades praticadas pelos escravos, tornam-os tão maus como os Romanos que os exploram, por isso a balança vai acabar no fim por pender para o lado de Macro e Cato. Mas acima de tudo é um processo de aceitação muito menos natural que em outros livros.
 
Tirando esta indefinição, que se calhar é apenas na minha cabeça, o livro traz-nos aquilo que esperamos desta série, parágrafos relativamente curtos. muitos diálogos, muita acção, batalhas ou escaramuças, sangue quanto baste e morte. A amizade e companheirismo de Macro e Cato sempre presente, com as suas personalidades bem vincadas e no seguimento do livro anterior, uma personagem feminina que acrescenta algum condimento à história.
 
Não querendo desvendar muito da narrativa, o que este livro nos traz de novidade, é um vilão mais estruturado, com passado e que não sendo um Olrik de Blake e Mortimer tem história para além desta obra.
 
Mais uma vez o livro é viciante da primeira à última página, bem desenvolvido mas peca na minha opinião por um desenlace demasiado abrupto.
 
Uma última palavra para a agradável surpresa que está incluída no fim deste livro, a inserção do conto "Jogos Mortais" que desvenda um episódio marcante da infância de Cato.
 
Nota (escala 1 a 10): 7,5
TheKhan
Publicado em 23 Junho 2014

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