Grito de autenticidade, profundidade e compreensão.

E lá está ela de novo. Por volta desta altura, no ano passado, o seu primeiro romance The Plum Tree foi publicado. Foi excelente e recebeu merecidas ovações e críticas maravilhosas. É extremamente raro que o segundo trabalho de um escritor seja tão bom como o primeiro. Mas esse feito foi conseguido com O Que Ela Deixou Para Trás. A autora conseguiu novamente embrenhar-se nas vidas de raparigas adolescentes, embora em diferentes circunstâncias das da sua primeira obra, porém com a mesma perspicácia, brandura e emoção crua que os leitores poderão apreciar e usufruir.
Uma das raparigas na história tem 18 anos e vive nos anos 30 (Clara) e a outra (Izzy) vive nos anos 90, em pontas opostas do séc.XX. Clara é enviada para um hospício (Willard State) por ter desafiado os desejos do seu pai de se casar com outro; Izzy tem de se adaptar a uma nova família de acolhimento e ao seu último ano no secundário, resultado do assassínio do seu pai pela sua mãe, quando Izzy tinha apenas 7 anos. As vidas das raparigas intersetam-se quando Izzy se envolve num projeto de voluntariado e descobre malas e baús no hospício, já arruinado, onde Clara ficou aprisionada durante decénios. E aí Izzy encontra o diário e as fotografias de Clara. As cenas das experiências e angústias de Clara em Willard State são demasiado reais e afetam-nos em parte porque houve, de facto, muitas circunstâncias similares nessa instituição e noutras ao longo de décadas.
A luta de Izzy com uma bully na escola e com a automutilação, e aprender com quem e como aceitar o amor e em quem confiar não é menos impactante do que os capítulos dedicados a Clara. O Que Ela Deixou Para Trás grita de autenticidade, profundidade e compreensão do comportamento humano, e do que é capaz de ser feito para controlar e negar a vida dos outros. A história (em partes iguais de thriller, mistério, romance de formação e primeiro amor) põe um microscópio super potente nas instituições desumanas e no sistema de patriarcado que foi uma praga no nosso passado (e presente), enquanto simultaneamente revela o amor, cuidado, compaixão e empatia que subsistem e sobrevivem às piores experiências que a vida tem para oferecer.
Publicado em 13 Agosto 2015

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