Inimigo - Crítica em Livros a Doi2

Seguindo o hábito, comecei esta série de livros de Cornwell não pelo início mas sim por uma obra intermédia. Neste caso este é o terceiro de quatro livros até ao momento escritos sobre Starbuck e a Guerra Civil Americana.
Tal como os livros do Sharpe imaginei que esta serie seria de possível leitura aleatória, não dependente da cronologia. Talvez por serem apenas quatro livros, estes não são tão independentes e apesar de ser possível lê-los sem seguir a ordem, é preferível fazê-lo, pois cada livro não engloba o resumo da vida e acções das suas personagens até ao momento em questão. Assim não somos introduzidos às personagens e andamos um pouco, no início do livro, a apanhar bonés.
Antes de mais convém referir que só comecei a ler esta série porque já tenho e li todos os livros do Sharpe editados em Português. Continuo a aguardar pacientemente que publiquem os restantes.
De referir também que a Guerra Civil Americana, da qual tinha muito pouco conhecimento, mas que este livro me permitiu explorar e aumentar a minha cultura, não me criava tanto interesse como por exemplo as Guerras Napoleónicas, Segunda Guerra Mundial ou a expansão do Império Romano.
Assim foi algo complicado entrar e avançar no livro ao longo das primeiras páginas. Primeiro por falta de introdução às personagens como referi anteriormente, segundo por pouco conhecimento do ambiente em que se desenrola o livro e terceiro porque ao contrário dos livros do Sharpe que apenas se centram neste personagem, este livro não só segue Nathaniel como também segue o seu pai o reverendo Elial Starbuck e seu ex melhor amigo Adam Faulconer.
Nathaniel Starbuck é um jovem originário de Boston, cidade da União mas que contrariamente ao esperado combate pelos rebeldes do Sul. Assim traz um visão inesperada pois implica que o herói da série combata pelo lado que sairá derrotado no final da guerra.
Sendo um adepto da série do Sharpe é-me impossivel não estabelecer uma linha de comparação entre estes dois heróis. Gosto muito da personagem de Sharpe, mais do que este Starbuck, a personalidade é bastante diferente, mas apesar de tudo tenho de admitir que Nathaniel transparece muito mais realidade que Sharpe. É menos personagem de filmes de cinema. Há ainda assim semelhanças, a figura heróica, a enorme capacidade de liderança, o lado humano e claro a aparente tendência para ser mulherengo. Digo aparente, porque ao contrário dos livros de Sharpe, Starbuck neste "Inimigo" não conquista nem se envolve com qualquer mulher, mas esta característica é várias vezes mencionada. Nathaniel tem também o seu Harper na figura de Truslow.
Cronwell está no seu terreno, é nos momentos de guerra, na descrição das batalhas, dos combates que é brilhante. As batalhas são minuciosamente detalhadas, as armas, as estratégias, as figuras históricas bem retratadas. Há momentos extraordinários de tão bem descritos como por exemplo o ataque à estação de comboios, que me marcou particularmente , cruéis como o ataque à estalagem e surpreendentes como a conversão do Coronel Swynyard ou o confronto no final do livro entre Nathaniel e Medlicott.
Há personagens detestáveis como o malvado e perverso Capitão Blythe ou o fanático religioso reverendo. Mas há outras interessantes, uma delas em particular agradou-me mesmo antes de saber de uma curiosa relação, o Coronel de cavalaria Patrick Lassan não é mais do que o filho de Richard Sharpe.
Obviamente gostei, os romances históricos, quando bem escritos agradam-me sempre. Agora é voltar um pouco atrás e ler os dois livros anteriores para depois terminar com o seguinte.

Publicado em 2 Janeiro 2014

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