O Mago, Serva do Império - Crítica no Ler y Criticar

Após ter lido o primeiro livro da saga do Império, estava com uma enorme curiosidade sobre a sua continuação. Neste 2º livro Feist e Wurts voltam a estar muito bem e o livro só sofre por ser apenas metade do livro original (que tem perto de 900 páginas!). 
O primeiro fator importante a destacar é o facto de, tal como no livro anterior, este enredo ser muito mais político e com menos fantasia do que as outras sagas presente no mundo de O Mago. Este jogo político é o grande trunfo deste livro e podemos dizer que se trata de uma mistura de várias civilizações da nossa História, como por exemplo a cultura japonesa onde a honra imperava, suaves toques da religião Budista, alguns traços de culturas tribais africanas e ainda as lutas políticas europeias com o poder da religião a comandar. Esta mistura está fantástica e vem confirmar o que disse logo nos primeiros livro que li de O Mago: o mundo de Kelewan é fantástico.
No início o enredo apresenta um ritmo lento, principalmente tendo em conta o livro anterior onde Mara começa de imediato a construir os seus planos. Este livro começa principalmente por construir a base que será necessária nas páginas seguintes, onde iremos ter o fulcral deste livro: o choque de civilizações. É neste choque que o livro assenta, e bem. Mara e Kevin serão os dois personagens responsáveis por mostrar as diferenças entre Kelewan e Midkemia e esta diferença será, certamente, muito importante para os próximos livros.
Estas diferenças servem, essencialmente, para uma crítica social que levará os personagens a pensar e a alterarem a sua forma de pensar e ver o mundo, e com isto novas possibilidades poderão aparecer, pois deixa de existir um conceito estático nas personagens que têm importância neste mundo. Sendo assim, a evolução de Mara é pequena mas muito importante. Os autores tentam ainda oferecer um olhar mais profundo sobre as dúvidas de Mara e como tal a influenciará.
Outro aspeto muito interessante é o facto de termos um olhar muito abrangente sobre os inimigos de Mara, e facilmente percebemos as jogadas de cada um e como as duas frentes se encaixam. Aqui o autor utiliza uma estratégia interessante de nos dar o planeamento de um lado e a reação do outro, e o leitor torna-se no único que percebe todos os fatores e onde estão as falhas de cada plano.
Com um ritmo que aumenta aos pouco, a segunda metade do livro torna-se muito mais interessante e a editora termina o livro num momento muito importante. As batalhas estão bem descritas, foi fácil perceber o que estava a acontecer e apesar de o ritmo baixar ligeiramente, nunca se tornaram em momentos menos entusiasmantes, pelo contrário. Nota ainda para o aprofundar da cultura de Kelewan, também graças ao choque de culturas que antes referi, e o livro ganha imenso com alguns pormenores interessantes sobre como estas personagens encaram a vida e as leias do Império.
Para finalizar, este livro era exatamente o livro que estava à espera desde a primeira saga de O Mago. Não querendo revelar nada, a verdade é que todos nós, quando lemos uma saga paralela a outra que já conhecemos, procuramos "junções" e este livro não só proporciona isso, e de forma brilhante, como abre as portas para algumas explicações no próximo livro, e essas explicações são as que eu procuro há muito tempo, pois estou agora perto de saber o que aconteceu depois de um determinado acontecimento.
Resumindo, este livro só perde por estar dividido, e quando é assim, prefiro deixar um comentário mais profundo para o fim da 2ª parte. É verdade que se assim não fosse, estaríamos perante um livro com mais de 800 páginas e que poderia afastar alguns leitores. Percebo a divisão e percebo em que parte do livro foi feita. Torna-se muito difícil não querer passar já para o próximo. Com a junção do próximo, este livro promete tornar-se num dos melhores do autor, e tendo em conta que estou a falar de Feist, é um grande elogio.
Publicado em 14 Outubro 2013

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