Monstress - O Sangue - Opinião em Bandas Desenhadas

Neste segundo volume, as autoras expandem o universo criado em Despertar, introduzindo novos elementos paralelos ao folclore e a cultura popular asiática – em especial, a chinesa de Liu e japonesa de Takeda -, bem como ao género fantástico em geral e o steampunk em particular. Podendo-se dividir este segundo volume em duas partes, o primeiro arco é fortemente inspirado pelas obras ficcionais que se focam na Idade de Ouro da Pirataria, ao localizar a ação na cidade de Thyria, controlada por piratas.

A mestria das autoras permite que esse género seja organicamente inserido no mundo de Maika Meiolobo. Numa obra onde o racismo é uma das temáticas abordadas, a arte de Takeda dá asas a imaginação numa história onde animais falantes convivem com animais mais antropomorfizados repletos de vestuário e com criaturas que mesclam fisicamente características humanas com animais.

Se o primeiro arco, dá algumas pistas sobre o passado da protagonista da narrativa, é no segundo arco que o leitor é recompensado, já em plena Ilha dos Ossos, com grandes revelações sobre a história que tem estado a ser tecida desde a primeira página.

A atenção dada à construção das personagens continua a ser uma das mais-valias da obra, afastando-se de tentações maniqueístas, repleta de fortes personagens femininas. Tal como no primeiro volume, o livro está repleto de ambiguidade moral e situações complexas neste mundo pós-apocalíptico, fruto de experiências pós-traumáticas da guerra e onde a escravidão impera.

Os pormenores das ilustrações de Takeda recompensam o leitor numa segunda leitura, num casamento feliz entre a art déco e o manga com os comics norte-americanos.

Findo o volume, os leitores certamente ansiarão pelo próximo.

Publicado em 15 Fevereiro 2018

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