O autor da saga Acácia, em Portugal para participar na Comic.Con, falou com o DN

É a primeira vez que David AnthonyDurham (1969) está em Portugal e era uma visita esperada após o lançamento do sexto volume da saga Acácia. Um país entre os vários em que os leitores têm vindo a ficar seduzidos pelo género que desenvolve desde o seu primeiro grande e premiado sucesso, A História de Gabriel. Está no Comic-Con, onde o apanhámos a ver as traduções dos seus livros e a catar os nomes das personagens nas páginas, a única coisa que percebia da língua portuguesa, enquanto dava autógrafos e conversava com os fãs. Além dos projetos próprios, foi um dos autores convidados por George R. R. Martin para escrever capítulos de uma série com 20 volumes que o autor de A Guerra dos Tronos tem em curso. A adaptação dos seus livros para uma série televisiva já foi contratada e poderá avançar no próximo ano.

Mudou de Nova Iorque para a Escócia porque tem um ambiente mais inspirador para os seus livros?
Não, a razão é mais simples: a minha mulher é escocesa. Nova Iorque é muito confusa, prefiro viver no campo ou, no máximo, numa cidade como Edimburgo. Onde até a chuva inspira quem escreve.

Tanto escreve livros históricos como de fantasia. Quais prefere?
É difícil optar porque são ambos importantes para mim, além de serem registos muito parecidos. Em Acácia, que é fantasia, eu queria que tivesse uma história tão detalhada quanto possível como se fosse um romance histórico. É isso que a fantasia me permite, o que não acontecerá no meu próximo livro, que é sobre a rebelião de Espártaco na Roma Antiga, onde gostei de obedecer a uma disciplina que me mantinha fora da fantasia e apenas na questão histórica.

Qual dos géneros exige mais investigação?
Ambos, porque mesmo ao criar um mundo na fantasia preciso de alguma referência que o ligue ao nosso, nem que seja a nível geográfico. Um mundo imaginário não é tão exigente com a investigação mas precisa de ser real.

No Shadow Prince usa como cenário o Egito. É aceitável neste género da fantasia?
Absolutamente, até porque muito do melhor trabalho da fantasia épica que tem estado a ser publicado vem de autores que estão a olhar para outras culturas. Como sobre países árabes como é o caso de Saladin Ahmed. É a maior área onde se pode crescer porque as culturas diferentes ainda não tiveram o tratamento da fantasia que merecem.

O terrorismo também será um tema?
Essa é uma questão que me tem preocupado, a de certos aspetos do terrorismo entrarem na ficção cada vez mais. Mas nada se pode fazer, até porque nos meus livros da saga Acácia há certas partes que são verdadeiros atos de terrorismo. Por exemplo, missões suicidas para alterar de vez certos regimes.

Publicado em 15 Dezembro 2015

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