O Baile dos Deuses - Crítica As Histórias de Elphaba

O Baile dos Deuses é o segundo livro pertencente à Trilogia do Círculo que se iniciou com o título A Cruz de Morrigan. Após a apresentação daqueles que, sendo tão diferentes e de tempos tão distantes, se uniram impedir que um grande mal se espalhasse por todos os mundos, é chegada a hora de conhecerem melhor o seu inimigo, limarem os seus poderes singulares e prepararem a sua estratégia para a batalha final sem que, em momento algum, se esqueçam da arma mais poderosa que o bem possui, o amor.

Depois de um primeiro volume claramente introdutivo e com muita informação para o leitor assimilar, esta narrativa trás finalmente a merecida acção para uma história bem imaginada e com protagonistas bem caracterizados.
Se anteriormente nos focámos em Glenna e Hoyt, a bruxa e o feiticeiro, quem agora merece destaque é a guerreira e o metamorfo, Blair e Larkin, duas personagens cativantes, com elevado sentido de humor e que sabem manter entre si um nível elevado de sedução sem que nunca ponham de parte o seu objectivo principal, preparar a batalha que, eventualmente, eliminará a terrível Lilith, uma vampira milenar que domina tudo o que a rodeia pela sua sede de sangue.
Com aptidões específicas, muito diferentes das que foram exploradas anteriormente, este novo casal trás consigo, por um lado, um passado que é relevante para o enredo, e por outro, novas criaturas para regozijo dos amantes de fantasia. Blair e Larkin são uma verdadeira lufada de ar fresco para dar novo ritmo à história que anteriormente, embora tenha criado expectativa, deixou a sensação de que muito tinha ficado por explorar e que, agora, começa finalmente a revelar todo o seu potencial.

A autora é, em primeiro lugar, uma romancista, o que fica evidente no momento em que ela une mais dois protagonistas do Círculo composto por Morrigan, de três homens e três mulheres para combater os vampiros. No entanto, é muito importante afirmar que embora o amor seja uma emoção crucial e que impulsiona vários momentos da narrativa, este não é, de todo, o único factor central de interesse uma vez que a magia e a fantasia dominam, quase na totalidade, estas páginas.
Para quem leu o livro anterior, poderá contar com a exploração, mais aprofundada, de todas as personagens envolvidas, paralelamente aos conhecimentos relacionados com os vampiros, permitindo antever o lado mais maléfico e cruel destas criaturas. Pormenores relacionados com a interacção dos intervenientes vindos do passado na actualidade voltam a ser muito apelativos, ainda mais se se tiver em conta que Larkin é um protagonista desinibido e simpático contrastando com os carrancudos Hoyt e Cian.
Como aperitivo digo-vos ainda que existirá uma nova alteração de cenário muito, muito bem-vinda e que irá estimular ainda mais esta história que se encontra no seu auge prometendo deixar os leitores do livro anterior, certamente, ansiosos pelo final desta trilogia.

Nora Roberts é uma autora de talento, ou não teria ela publicado dezenas de romances com uma legião de fãs por todo o globo.
A sua escrita é simples e acessível adaptando-se a qualquer tipo de leitor, assim como as suas descrições, que sem serem demasiado extensas, são suficientemente pormenorizadas para que nada seja deixado ao acaso, principalmente agora que o lado mais medieval começa a ser explorado.
Trabalhando primorosamente as batalhas, assim como todo o lado afectivo, penso que o público em geral ficará satisfeito com o resultado final que tanto agradará aos leitores de romances como aos adeptos do género fantástico.
Penso que autora cuida a sua escrita, maioritariamente, nas relações desenvolvidas entre os seis personagens principais mas, afinal de contas, são eles que criam empatia e conquistam o leitor nesta luta entre o bem e o mal, nesta luta onde apenas o amor poderá sair vitorioso, ou pelo menos eu assim o espero. Veremos, tudo pode acontecer e Nora já mostrou anteriormente saber dar reviravoltas ao enredo.

Para mim que sou uma estreante com esta autora, após reticências iniciais, fui com este segundo livro completamente seduzida pela sua história.
Embora, por vezes, gostasse de ver um enredo um pouco mais sombrio, ou com um pouco mais de terror, afinal estamos a falar de vilões sanguinários, penso que na criação de tensão, quando se trata de anteceder pequenas batalhas ou mesmo com a aproximação da batalha final, o efeito geral está bem conseguido.
Gostei muito do casal explorado, acho que fazem uma dupla extremamente apelativa e cativante, mas confesso-vos que estou particularmente curiosa para ver como a próxima relação, com as personagens mais discrepantes entre as seis exploradas, se irá desenvolver.
Com o final deste livro fiquei, claro está, cheia de vontade de pegar no próximo volume e começar já a folhear para saber como tudo termina, o que se deve, em parte, ao facto deste volume se ter revelado uma surpresa tão agradável e com um nível visivelmente superior ao seu antecedente.
É importante ainda frisar que este livro trás uma surpresa no final para os amantes de Kim Harrison que eu, sendo uma fã inveterada, gostei muito!
Esta história é uma boa posta Chá das Cinco, do Grupo Saída de Emergência, que procede ao livro A Cruz de Morrigan pertencente à mesma trilogia. Já no próximo mês de Agosto os fãs podem contar com a publicação de O Vale do Silêncio, um livro que eu não vou querer perder. Uma leitura que sugiro aos amantes de fantasia e de romance que procurem um bom escape com elevado entretenimento.

Publicado em 14 Novembro 2012

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