O Diabo do Rio - Crítica no blogue As Histórias de Elphaba

Com um novo cenário, algum romantismo e despertando o leitor para uma realidade que até agora ainda não tinha sido explorada na série Mercy Thompson, O Diabo do Rio apresenta-nos uma trama bem trabalhada onde a adrenalina continua presente e se faz acompanhar de muitos segredos por explorar, enquanto folheamos as aventuras de uma grande protagonista agora casada com o Alfa do bando local de lobisomens.

Nada parece simples na vida de Mercy, a já conhecida mecânica de VW de Tri-Cidades. Dos pormenores stressantes do seu casamento à sobrevivência dos seus poucos mas bons amigos, a existência de problemas parece constante e, para o provar, são muitas as mazelas que a relembram do quão difícil é o seu dia-a-dia. Mas, afinal, o que é um braço partido, uma nódoa negra ou uma cicatriz permanente quando a probabilidade de se estar vivo é extremamente reduzida?
Vampiros, lobisomens, seres feéricos, espíritos e caminhantes, como a própria, são figuras presentes no mundo de Mercedes e, a tendência, é de que quanto maior é a descoberta maior é o risco que se corre. Este livro é, sem dúvida, especial e trás consigo ventos de mudança agora que o coração da nossa protagonista não bate apenas por si própria mas também por Adam com quem, finalmente, casou. No entanto, para quem julga que o casamento pode trazer algum sinal de submissão, Mercy continua como sempre - curiosa, audaz e capaz de dar a vida pelo que considera justo e correcto -  algo que se verifica ainda mais intensamente com a paixão e o amor que se encontram mais acesos que nunca dentro de si.

Embora esta seja uma narrativa particularmente dedicada à personagem principal, e às suas singularidades, várias são as curiosidades exploradas que há muito os leitores desejavam ver a descoberto. A origem de Mercy e daqueles que, tal como ela, partilham um pouco da sua essência são, definitivamente, um factor muito apelativo abordando, desta feita, criaturas magníficas e com um misticismo bastante atraente. O método que a autora escolheu para encarar o casamento, expondo as suas benesses e complicações, é também ele um ponto de interesse permitindo encarar com um novo olhar os sentimentos das personagens que, com o folhear, vão criando laços cada vez mais fortes e, por isso mesmo, mais frágeis mostrando um equilíbrio cativante.
Outra questão que achei extremamente apelativa é o ambiente em torno das origens indígenas da personagem, bem como o local onde se encontra durante grande parte da narrativa que, embora nos retire o leitor da zona de conforto a que se tinha habituado, permite percepcionar outras fronteiras do submundo fantástico oferecendo a oportunidade de apreciar novas caracterizações.

Em suma, considerei que este livro é um interlúdio rico em singularidades que nos permite conhecer, ainda melhor, a adorada Mercy, sem que verdadeiros vilões sejam postos de parte, assim como as novas emoções que lhe serão despertadas, tão importantes para quem sempre se sentiu deslocada. Antevê-se, efectivamente, alguma estabilidade mas a possibilidade de ocorrerem novos perigos continua presente agora que a existência de novos seres do fantástico é conhecida e se encontra tão próxima daquela que já conquistou uma legião de fãs.

Publicado em 31 Outubro 2012

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