O Êxtase de Gabriel - Crítica no Efeito dos Livros

Até onde estamos dispostos a ir para proteger a pessoa que amamos?

Será o sacrifício a maior homenagem aos sentimentos que possuímos por alguém? 
Ou será admitir que essa pessoa merece ser feliz mesmo que não seja ao nosso lado?
"O Êxtase de Gabriel" levanta estas questões e responde-me a outras tantas. 
Mas assim como o primeiro volume da série, este livro prendeu-me às suas páginas, fez-me querer lê-lo todo de uma vez mas obriguei-me a abrandar.
Enquanto leio esta série não consigo pensar em mais nada e cada vez que o meu cérebro desliga de coisas como a família ou o trabalho, conecta-se automaticamente a esta história.

Tenho uma amiga que diz que os dramas na minha vida são a sua telenovela​ ​ preferida. Diz-me que as minhas histórias mirabolantes superam as suas coisas normais do dia a dia. Os livros são a minha telenovela, os drama das personagens e as suas histórias, são um turbilhão de emoções em comparação com a minha vida aparentemente aborrecida. Será normal afeiçoar-nos tanto aos personagens ao ponto de sorrirmos por eles e chorarmos quando sofrem? Será possível termos vontade de mandar o livro pela janela fora, não pela pouca qualidade da história mas porque a certo momento simplesmente temos vontade de esbofetear um personagem pelos danos que causa a si mesmo e aos que o rodeiam. Será normal que um livro nos deixe a pensar na história nos intervalos da leitura ao ponto de darmos connosco a olhar de relance para ao livro que colocámos muito disfarçadamente no meio dos papeis do trabalho e nos sentirmos tentadas a ignorar tudo e retomar a leitura onde a tínhamos deixado? Será normal? A série de Gabriel e Julia tem exactamente esse efeito em mim, causa demasiadas emoções e reacções (mesmo que mentais) à história. 
 Embora ainda me falte um livro para terminar a trilogia, consigo apontar esta como a minha história preferida de todas as que li anteriormente. Talvez até considere que esta história, embora seja erótica não é "porno", nem possa ser comparada com outras, especialmente com As Cinquenta Sombras de Grey. Há conteúdo, há profundidade nos sentimentos demonstrados, há uma conexão que vai para além do corpo e todo o contexto da história, a actual e a individual de Gabriel e Julia, é algo com "cabeça tronco e membros".
Como referi na opinião ao primeiro livro, a história tocou-me tanto que nem sei o que dizer sobre a leitura, sobre o que senti ao ler o livro. Pior, com "O Êxtase de Gabriel" esse sentimento ficou ainda mais forte e vi-me dividida entre a hipótese de largar tudo e deixar-me de sentimentalismos OU devorar o livro todo numa noite (que se lixe o trabalho e as horas de sono!). 
Acho que os próximos livros têm de ser policiais, para parar com o sentimentalismo durante uns tempos. 
É oficial, a história de Gabriel e a sua descida ao Inferno revoltou-me, prendeu-me, fez-me sofrer mas é tudo tão bom que não consigo deixar de ler e quero mais.  
Pronto, venha lá a A Redenção de Gabriel para eu sofrer durante mais 480 PÁGINAS.
Ao chegar ao fim deste livro quase que compreendo a opção da autora para terminar cada volume de um modo apaziguador, com um momento feliz. Em vez de nos deixar em sobressalto com um evento inesperado, com um cliffhanger, deixa-nos felizes pelos personagens mas confiantes para enfrentar as adversidades que nos esperam no livro seguinte. 
E sim, sabemos que o livro seguinte não vai ser rosas. Estou a tentar resistir à tentação de ler o excerto que se encontra disponível online.
Acho que me afeiçoei demasiado a estas personagens.
Raios!
Publicado em 26 Fevereiro 2014

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