O Êxtase de Gabriel - Crítica no Tertúlias à Lareira

Como sabem andei vários meses a namorar "O Inferno de Gabriel" (cuja opinião podem ler aqui). Após o ter lido, no Verão, percebi que tinha ficado fascinada pelo mundo para o qual Sylvain Reynard nos transporta e que tinha que ler "O Êxtase de Gabriel".
Desde já um enorme obrigada à Saída de Emergência.
Neste segundo livro da trilogia de Gabriel continuamos a seguir o amor entre o professor Gabriel Emerson e Julia Mitchell, sua aluna e antigo amor.
Não vou negar que gostei imenso do primeiro livro, onde conhecemos os personagens, um pouco do seu passado, e como surgiu o amor platónico - que agora se torna real -entre ambos. Tudo isto envolto no fantástico tema "Arte", em especial A Divina Comédia com Dante e Beatriz nos principais papeis (sendo muitas vezes utilizados como metáforas para o amor entre as nossas personagens).
Nesta leitura o romance torna-se mais forte e mais completo. Conhecemos grande e importante parte do passado deles: Julia e os seus medos e Gabriel com os seus fantasmas. Paulina tem nesta leitura um papel fundamental para que percebamos a magnitude do passado de Emerson para si mesmo, e porque razão ele tanto se culpa e procura redenção.
O grande ênfase aqui é  facto de Julia ser sua aluna e, devido a toda uma conspiração, Gabriel ser alvo de dois processos. E é assim que todo o amor entre ambos é realmente posto à prova. O que realmente interessa, o amor ou a carreira de uma vida? Será justo magoar por amor?
Para além das personagens principais ficamos a conhecer melhor os familiares de ambos pois grande parte do enredo passa-se na época natalícia e na altura da acção de graças. Rachel, melhor amiga de Julia e irmã de Gabriel, é por vezes uma lufada de ar fresco, e seu romance com o seu noivo dá um background a todo o enredo principal. No entanto as duas personagens, não sendo principais, que mais gosto são os pais de ambos, ou seja, Tom Mitchell e Richard. Sendo personagens com pouca relevancia todo o apoio que eles demonstram aos filhos durante este livro é de extrema importância.
A personagem que mais me surpreendeu: Katherine Picton (leiam e percebam porquê - não quero fazer nenhum tipo de spoile).
Adorei esta leitura, talvez ainda mais do que o primeiro. Não posso negar que o que me continua a cativar é a contextualização para onde o autor nos remete. Toda a arte, toda a história e os conhecimentos de literatura sobre Dante, todas as alusões a artistas de épocas passadas, faz com que este livro tenha um conteúdo que vai muito para além do romance e do sensual.
Aconselho sem qualquer reserva. Fechem os olhos à comparação entre este livro e "As 50 sombras de grey", porque nem se compara. Atrevam-se...

Publicado em 13 Dezembro 2013

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