CATÁLOGO
O Hotel das Recordações - Opinião em Dream Pages
Por incrível que pareça, "O Hotel das Recordações" foi a minha estreia com a aclamada Nora Roberts, uma escritora com mais de 500 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. E, de facto, é fácil perceber o motivo para tal: a fluidez da escrita, as fantásticas descrições pormenorizadas e a atenção aos detalhes, a riqueza em personagens... tudo se alinha para uma leitura rápida, agradável e cativante.
Adoro a capa do livro - o aspeto antigo da varanda e do edifício enquadram-se perfeitamente na temática da leitura - mas o título acaba por ter pouco destaque quando comparado ao tamanho da letra do nome da autora.
Os irmãos Montgomery - Beckett, Owen e Ryder - têm a cargo um projeto que está a entusiasmar a pequena vila de Boonsboro: o restauro e a reinauguração do hotel! Empenhado em transformar um edifício que já viu tanto acontecer num espaço turístico que atraia visitantes a Boonsboro, Beckett - arquiteto - divide a sua atenção entre os preparativos do hotel e Clara Brewster - dona de uma pequena livraria e a mulher por quem teve uma paixoneta nos tempos do ensino secundário, sentimentos esses que perduraram, agora mais maduros e consolidados.
A trama desenrola-se em torno do quotidiano da pacata vila de Boonsboro e dos seus habitantes, entre os afazeres próprios de pessoas que tentam conjugar os seus empregos e as suas obrigações profissionais com o tempo de convívio e partilha com a família e os amigos.
O hotel tem um papel principal na história - ou não se chamasse o livro "O Hotel das Recordações. Ao longo das páginas, vamos acompanhando o renovar deste espaço, sentindo todo o amor e dedicação que os Montgomery lhe destinam.
Claro que o livro também tem uma componente romântica - a história amorosa entre o casal principal. Clare é uma mulher viúva e mãe de três crianças, e sente-se algo reticente com a aproximação de Beckett. Com o avançar da trama, assistimos à evolução de uma longa amizade para sentimentos de cariz mais profundo. Gostava que os obstáculos que se impuseram ao casal tivessem sido mais sólidos e chocantes, mas gostei da ternura entre Beckett e os filhos de Clare.
Não fiquei muito convencida com o vilão da história - achei essa parte previsível e acho que poderia ter sido melhor desenvolvida. O suspense relativo as estas cenas não resultou da melhor maneira, sendo uma parte que, embora não desnecessária, não conseguiu acrescentar nada à história, devido, acima de tudo, à previsibilidade dos acontecimentos.
A escrita da autora é simples, fluída e agradável, brincando com as emoções das personagens e do leitor. Nora Roberts joga com a vida pessoal e profissional das personagens com mestria, conferindo-lhes um toque humano que origina empatia entre elas e o leitor. Os diálogos estão sempre muito presentes e, juntamente com capítulos curtos, contribuem para a leveza da leitura. Adorei as descrições pormenorizadas dos espaços (principalmente dos quartos) - através delas consegui imaginar-me nesses mesmos espaços e visualizar todos os elementos neles contidos. Esse foi, para mim, o maior ponto positivo do livro! Também gostei do destaque dado à literatura - com a livraria de Clare e os nomes dos quartos do hotel.
Gostei mais de Clare do que de Beckett - sabemos muito mais sobre o passado dela, sobre o seu quotidiano como mãe de três crianças e sobre as superações exigidas a quem gere um pequeno negócio, do que sobre ele. Os filhos de Clare também acentuam esta desigualdade, pois as cenas protagonizadas por Clare contam frequentemente com a ajuda deste núcleo infantil, que traz alegria e ternura à história.
São várias as personagens que conhecemos neste primeiro volume e que espero que transitem para os próximos. Já recebemos algumas pistas sobre eventuais pares, para além de começarmos a conhecer a personalidade e o temperamento dos futuros protagonistas.
Relativamente ao final, a autora optou por seguir deliberadamente uma via mais mística. Apesar de bem contextualizada e de ser algo diferente e engraçada, confesso que não gostei muito da inserção desta vertente sobrenatural pois, a meu ver, contrasta com a solidez da história, que poderia muito bem ser real - as personagens são pessoas comuns, com vidas despretensiosas e tranquilas, mas também com preocupações, problemas e inseguranças.
Este primeiro volume da trilogia Hotel das Recordações - em que cada livro pode ser lido individualmente, pois focar-se-á num dos irmão Montgomery - foi uma ótima leitura! Num estilo leve e descontraído, com descrições que fazem sonhar, Nora Roberts conquistou-me. Quero acompanhar as personagens que conheci neste primeiro livro e descobrir as surpresas que a autora reservou para Owen em "Último Amor". Gostei!
Adoro a capa do livro - o aspeto antigo da varanda e do edifício enquadram-se perfeitamente na temática da leitura - mas o título acaba por ter pouco destaque quando comparado ao tamanho da letra do nome da autora.
Os irmãos Montgomery - Beckett, Owen e Ryder - têm a cargo um projeto que está a entusiasmar a pequena vila de Boonsboro: o restauro e a reinauguração do hotel! Empenhado em transformar um edifício que já viu tanto acontecer num espaço turístico que atraia visitantes a Boonsboro, Beckett - arquiteto - divide a sua atenção entre os preparativos do hotel e Clara Brewster - dona de uma pequena livraria e a mulher por quem teve uma paixoneta nos tempos do ensino secundário, sentimentos esses que perduraram, agora mais maduros e consolidados.
A trama desenrola-se em torno do quotidiano da pacata vila de Boonsboro e dos seus habitantes, entre os afazeres próprios de pessoas que tentam conjugar os seus empregos e as suas obrigações profissionais com o tempo de convívio e partilha com a família e os amigos.
O hotel tem um papel principal na história - ou não se chamasse o livro "O Hotel das Recordações. Ao longo das páginas, vamos acompanhando o renovar deste espaço, sentindo todo o amor e dedicação que os Montgomery lhe destinam.
Claro que o livro também tem uma componente romântica - a história amorosa entre o casal principal. Clare é uma mulher viúva e mãe de três crianças, e sente-se algo reticente com a aproximação de Beckett. Com o avançar da trama, assistimos à evolução de uma longa amizade para sentimentos de cariz mais profundo. Gostava que os obstáculos que se impuseram ao casal tivessem sido mais sólidos e chocantes, mas gostei da ternura entre Beckett e os filhos de Clare.
Não fiquei muito convencida com o vilão da história - achei essa parte previsível e acho que poderia ter sido melhor desenvolvida. O suspense relativo as estas cenas não resultou da melhor maneira, sendo uma parte que, embora não desnecessária, não conseguiu acrescentar nada à história, devido, acima de tudo, à previsibilidade dos acontecimentos.
A escrita da autora é simples, fluída e agradável, brincando com as emoções das personagens e do leitor. Nora Roberts joga com a vida pessoal e profissional das personagens com mestria, conferindo-lhes um toque humano que origina empatia entre elas e o leitor. Os diálogos estão sempre muito presentes e, juntamente com capítulos curtos, contribuem para a leveza da leitura. Adorei as descrições pormenorizadas dos espaços (principalmente dos quartos) - através delas consegui imaginar-me nesses mesmos espaços e visualizar todos os elementos neles contidos. Esse foi, para mim, o maior ponto positivo do livro! Também gostei do destaque dado à literatura - com a livraria de Clare e os nomes dos quartos do hotel.
Gostei mais de Clare do que de Beckett - sabemos muito mais sobre o passado dela, sobre o seu quotidiano como mãe de três crianças e sobre as superações exigidas a quem gere um pequeno negócio, do que sobre ele. Os filhos de Clare também acentuam esta desigualdade, pois as cenas protagonizadas por Clare contam frequentemente com a ajuda deste núcleo infantil, que traz alegria e ternura à história.
São várias as personagens que conhecemos neste primeiro volume e que espero que transitem para os próximos. Já recebemos algumas pistas sobre eventuais pares, para além de começarmos a conhecer a personalidade e o temperamento dos futuros protagonistas.
Relativamente ao final, a autora optou por seguir deliberadamente uma via mais mística. Apesar de bem contextualizada e de ser algo diferente e engraçada, confesso que não gostei muito da inserção desta vertente sobrenatural pois, a meu ver, contrasta com a solidez da história, que poderia muito bem ser real - as personagens são pessoas comuns, com vidas despretensiosas e tranquilas, mas também com preocupações, problemas e inseguranças.
Este primeiro volume da trilogia Hotel das Recordações - em que cada livro pode ser lido individualmente, pois focar-se-á num dos irmão Montgomery - foi uma ótima leitura! Num estilo leve e descontraído, com descrições que fazem sonhar, Nora Roberts conquistou-me. Quero acompanhar as personagens que conheci neste primeiro livro e descobrir as surpresas que a autora reservou para Owen em "Último Amor". Gostei!
Música que aconselho para acompanhar a leitura: Down The Line_John Newman
Publicado em 5 Dezembro 2016
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