O Império Final - Crítica em O Imaginário dos Livros
Gostei bastante do livro. É um bom começo para um trilogia que promete ser excelente. Tem um argumento interessante, algumas das personagens são complexas, o ambiente descrito é bastante envolvente, a Alomância e a Ferroquímia são poderes maravilhosos e complexos e existem vários momentos de tensão que estão muito bem descritos e mostram a capacidade do autor para criar suspense e aquele sentimento de “o que será que vai acontecer?”, que é tão essencial nas histórias.
A Vin é uma boa personagem, apesar de, no início, não ter ficado muito convencida com ela. Talvez por parecer um bocado “apagada”, por tentar sempre andar escondida e passar despercebida. Porém, a sua evolução é bastante grande e isso agradou-me, uma vez que Vin mudou bastante ao longo da narrativa.
No entanto, como personagem preferida, não posso dizer que tenha sido ela. Gostei mais de Kelsier. Muito mais complexo, mais interessante, mais vibrante, com mais garra, Kelsier convenceu-me desde o início, com os seus discursos inflamados, os seus pensamentos arrebatadores, a sua amizade pelos companheiros e a sua perseverança ao longo do decorrer da narrativa. A sua história também é bastante boa, sendo que é a personagem com um passado mais complexo, tornando-a também mais complexa. Sei que Vin tem tudo para ter um passado (ou a sua família) bem complexo, mas para já, senti uma maior complexidade em Kelsier.
Quanto às outras personagens, gostei de todas. Achei o Senhor Soberano interessante, mas esperava um vilão mais “grandioso”, não em termos de aspeto ou poder, mas sim mais malvado. Espero que nos próximos livros se retome parte da sua história, pois parece que há mais para conhecer sobre ele e isso seria bom, uma vez que existem várias possibilidades à volta desta personagem.
Sobre este mundo, posso dizer que parece ser um local cheio de mistérios por desvendar, que espero serem mais abordados nos próximos volumes. Podia ter havido mais detalhes da História do Império Final.
Em relação à Alomância, também gostei. É uma capacidade diferente no mundo do Fantástico. No entanto, acho que o autor criou algo tão complexo que muito do que escreve durante a história anda à volta de como é que eles usam os metais. Estou a referir-me às descrições das lutas e dos treinos, e depois das explicações que as personagens dão para explicar estas capacidades. Penso que o enredo podia ter sido mais beneficiado se o autor tivesse dedicado mais tempo em volta da intriga em si.
Em suma, é um livro bom, um bom começo. No entanto, existem alguns aspetos que podiam ter sido trabalhados de outro modo. A intriga podia ter sido mais trabalhada. Deu-me a sensação que houve alguns momentos um tanto “parados”, para, na reta final, acontecer tudo depressa demais. Podia ter havido uma maior preparação dos acontecimentos principais, dos grandes momentos de tensão que estão na reta final. Porque esse é o melhor momento da história. Tem um bom começo, cheio de ação, uma excelente reta final, mas a parte do desenvolvimento é um bocadinho lenta e cheia de detalhes sobre a Alomância. Sei que, sendo esta uma capacidade-chave da história, a sua “grande diferença”, é importante haver detalhes sobre ela, mas penso que foram demasiados, uma vez que, no final, até está tudo muito bem explicado, nas notas do autor. Dei comigo a gostar bastante da parte em que Vin ia aos bailes, em que Kelsier andava nas suas aventuras, porque esses eram os momentos de maior intriga. Também gostei das lutas entre as personagens, com descrições bem detalhadas.
Espero pelo segundo volume e espero que seja melhor! Uma boa aposta da Saída de Emergência. Ah! E não posso deixar de mencionar o seguinte: a capa da edição portuguesa é maravilhosa. Os meus parabéns!