O Inferno de Gabriel - Crítica no blogue Morrighan
O Inferno de Gabriel andava-me a seduzir na estante desde Janeiro, mas sendo uma obra relativamente grande para andar comigo nos transportes, acabei por ir adiando a sua leitura... Até que chegou uma altura em que, após o término de uma das minhas leituras, não consegui resistir mais. Fui buscá-lo à estante, comecei a lê-lo naquele tempo reservado antes de ir dormir, e não tivesse eu cuidado tinha ficado acordada a noite toda. Sem dúvida uma surpresa muito agradável.
Na onda dos romances eróticos/sensuais, esta é uma das histórias mais completas e equilibradas resultando numa obra viciante, cheia de luxúria e de desejo. O autor vai avançando no seu próprio ritmo, dando tempo ao leitor de absorver os acontecimentos e os sentimentos das personagens dando a sensação de que tudo acontece quando devia acontecer e até como devia acontecer. A ligação leitor/personagens é inevitável. Eles conquistam-nos logo desde o início.
As personagens Julia e Gabriel são fascinantes, cada um à sua maneira. Mesmo com os seus passados sombrios, nenhum baixa os braços apesar de numa primeira impressão sentirmos que ambos já desistiram de si mesmos. Adorei o facto do autor ter entrelaçado história deste casal com a de Dante e Beatriz. O enrendo está extremamente interessante e todos os elementos culturais que foram sendo apresentados ao longo do livro, desde obras de arte a referências literárias e musicais, deram o seu toque de requinte à leitura.
O erotismo e a sensualidade estão muito bem explorados, tal como as sensações de ciúmes, perda e redenção. Há muito tempo que não sentia que uma história me preenchesse tanto as medidas como esta. Nota-se que houve muito cuidado e pesquisa na escrita, principalmente nos pequenos detalhes. Fiquei sem dúvida fascinada com Sylvain Reynard e confesso-me ansiosa por ler o próximo capítulo. Adorei.