O Rei do Inverno - Crítica no Leituras do Fiacha

Hoje não tenho a menor dúvida, em afirmar que a Editora Saída de Emergência publica grandes Romances Históricos e que, na minha opinião, não são devidamente divulgados pela Editora, mesmo sendo um género em que esta aposta bastante.
Podia falar de imensos casos, mas indico a série Asteca onde nos é contada a ascensão e queda desse grandioso Império, As aventuras de Flashman, um cobarde com mais sorte que alguém possa imaginar e Os Leões de Al Rassan, onde o cenário se situa durante o período da invasão Árabe à Península Ibérica, como alguns dos exemplos de grandes obras publicadas pela Editora, neste género literário.
Quanto à leitura desta trilogia, dos Senhores da Guerra, era algo que desejava há imenso tempo, pois embora já tenha lido imensos livros do escritor, (sendo a Saga Saxônica a que mais gostei até ao momento), sempre vi referências a que era esta a sua obra-prima.
Este livro deixou-me completamente rendido, funcionando até muito bem como stand-alone, pois o livro encerra um ciclo em que ficamos plenamente satisfeitos. Mas ainda bem que há mais e se mantiver o nível aqui apresentado, junto-me àqueles que referem que estamos perante a melhor obra do escritor.
Estava um pouco relutante em ler esta trilogia, pois como podem ver centra-se na Idade da Trevas, um período onde existe muito pouca informação, mas sobre o qual muito já se escreveu. Já li, por exemplo, as Brumas de Avalon da MZB, A Tapeçaria de Fionavar do Gavriel Kay (embora que apresente um Artur mais para o Fantástico e não tanto como Romance Histórico) e este ano tinha acabado de ler o brilhante Ciclo Pendragon de Stephen Lawhead, que é, quanto a mim, a saga mais completa sobre Artur.
Por outro lado como já tinha lido vários livros de Benard Cornwell, conhecia um pouco o seu método de escrever, o que torna a leitura mais atraente, uma vez que ele nos apresenta um bom estudo do período/época sobre o qual está a escrever, personagens cativantes e as descrições de combates muito boas.
Mas acabei por ser surpreendido à medida que ia avançando com a leitura do livro, pois as personagens chave deste período, Merlim, Artur e Morgana, são-nos apresentadas de uma forma bem diferente de todas as outras já tão descritas por tantos escritores. E se pensam que será Artur a personagem mais cativante (até o pode ser), mas podem ter seguramente a certeza que irão ser surpreendidos pela positiva, uma vez que a história é-nos contada por Derfel, um Saxão que se torna aliado de Artur, e que, para mim, constitui uma personagem muito bem desenvolvida.
Para quem goste do período medieval, tem aqui as eternas lutas dos Bretões contra a invasão dos Saxões, lealdades, mortes cruéis, diferenças de ideologias, onde o Cristianismo se opõe ao conhecimento antigo (druidas), personagens muito bem desenvolvidas, intrigas politica, questões de honra, traições, tudo ingredientes para considerar que esta trilogia tem tudo para se tornar numa das minhas preferidas de Romance Histórico.
Mais que recomendado.

Publicado em 11 Dezembro 2013

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