O Tintureiro Francês - Crítica em Marcador de Livros

No Portugal pós-terramoto de 1755, Marquês de Pombal constata que o negócio dos panos, um negócio em que depositou grandes esperanças, nomeadamente na construção da Real Fábrica de Panos de Portalegre, estava a fracassar. Portugal estava a atrasar-se, em meios tecnológicos, em relação a outros países europeus, que faziam o tecidos num menor espaço de tempo e em mais quantidade.

Acreditando que podia mudar o rumo do descalabro das fábricas portuguesas, Pombal, aconselhado pelos seus homens mais próximos, nomeadamente por José Magalhães, decide "chamar" um célebre tintureiro francês, que se via em maus lençóis no seu país de origem, devido a opiniões políticas e que desejava urgentemente partir para as Américas.

Vendo em Portugal uma hipótese de fuga, Stéphane Larcher, o tintureiro, aceita a proposta feita pelo ministro português, e parte em demanda para o nosso país, ajudado a fugir por uma jovem mulata portuguesa, D. Teresa por quem acaba por morrer de amores.

O nome Larcher, comum entre o o autor e o protagonista do livro, coincidência que o autor descobriu ao fazer uma pesquisa sobre uns tecidos, fez com que a vontade de fazer um romance em que colocaria o tintureiro como personagem principal.

Muito bem escrito e descrito, O Tintureiro Francês é o romance ideal para todos os leitores que gostem de uma descrição de época, de um óptimo enredo e de um pouco de acção à mistura.

Divido em três partes, o leitor faz uma viagem a uma época da história, para mim bastante interessante, em que o desejo de Sebastião José Carvalho e Melo era colocar Portugal no caminho que os países mais desenvolvidos estavam a seguir, como se já tivesse a premonição da Revolução Industrial e do que se lhe iria seguir.

A história, embora que ficcionada de Stéphane Larcher, cativou-me bastante, sobretudo no facto de querer revolucionar tudo o que por cá se fazia, removendo hábitos estabelecidos entre os trabalhadores da fábrica, assim como os encarregados da mesma. Larcher mudou tudo, desde a maquinaria, à forma de fazer as tintas, até ao corropio de soldados que andavam por toda a fábrica.

É ainda de destacar a figura do marquês D. Pedro que, apesar das críticas dos seus semelhantes e até de criados, decide criar uma miúda bastarda, dando-lhe a mesma educação do irmão, tornando-a numa pessoa forte e conhecedora, muito raro naquela época.

Gostei.

Publicado em 20 Maio 2014

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