Os Três - Opinião no Livros e Marcadores
12 de Janeiro de 2012:
- Quatro acidentes de avião no mesmo dia
- Os acidentes acontecem em quatro continentes diferentes
- Sobreviventes? Três ... ou ... quatro?
- Quatro acidentes de avião no mesmo dia
- Os acidentes acontecem em quatro continentes diferentes
- Sobreviventes? Três ... ou ... quatro?
Primeiro começo pela forma, num estilo diferente do habitual em ficção, Sarah Lotz utiliza recortes de entrevistas, livros, jornais, testemunhos, últimas mensagens das vitimas e conversas on-line para contar coerentemente a história.
A história versa sobre quatro acidentes aéreos, e sobre os improváveis sobreviventes. É interessante ver como num estilo muito próprio a narrativa se constrói, passo a passo, informação a informação.
O contexto foi muito bem construído, os acidentes aéreos remetem-nos de alguma forma para o fatídico 11 de Setembro, e aproveita as imagens bem reais no inconsciente do leitor, da sua carga emotiva e do impacto mediático dos mesmo a favor da narrativa.
Esta é para mim uma das ferramentas mais interessantes da ficção, o conseguir com base em factos reais e comuns que a simples alusão a factos semelhantes levem a construir no imaginário do leitor uma imagem bem real.
A história revela um cuidado e uma exploração inteligente da pressão mediática, da curiosidade colectiva, da especulação e dos interesses que se criam e crescem perante o desconhecido.
Não posso deixar de fazer uma referência à Floresta Aokigahara, que para mim foi uma "personagem" de relevo neste livro e me impeliu a pesquisas posteriores para validar e conhecer melhor a "sui generis" floresta.
Quanto ás personagens, a forma não potencia um profundo mergulho nos mesmos, mas julgo que a intenção é mesma essa, uma vez que a autora joga com a "dúvida". Embora eu adore personagens e gostasse de ver mais profundidade e visibilidade das mesmas.
Um livro no mínimo peculiar...
Publicado em 12 Novembro 2014