Pare, Escute e Mude no jornal Público

Há formas naturais de combater doenças e a naturopatia pode ajudar
Por Francisca Dias Real


A salsa, o tomilho e o aipo são ricos numa substância que pode prevenir problemas como o Alzheimer ou tratar doenças degenerativas.

Alimentação saudável, ervas aromáticas, shiatsu ou reflexologia são apenas algumas das técnicas naturais que estão na base da naturopatia, revela Diana Patrício, especialista nesta medicina não-convencional. A naturopata lançou o livro Pare, Escute e Mude, pela editora Saída de Emergência, onde pretende alertar para os problemas do organismo e para a necessidade de recuperar o seu bom funcionamento através de métodos não invasivos.
A naturopatia é reconhecida pelo Estado português como uma medicina natural desde 2003. A pouco e pouco, há cada vez mais pessoas que procurarem alternativas à medicina tradicional, acabando por recorrer a métodos medicinais não-convencionais, reconhece a especialista ao Life&Style, numa entrevista telefónica entre consultas.
A naturopatia é um exemplo claro de um tipo de medicina não-convencional que realiza uma abordagem natural da saúde, fazendo uso de ferramentas que a própria natureza proporciona, explica. Assim, o grande motor da naturopatia é a estimulação, e são os mecanismos de auto-cura do organismo que, através de técnicas naturais, são estimulados para que a patologia seja eliminada.
“Há plantas medicinais, vitaminas e minerais que podem ser extraídas de alimentos e que, tudo conjugado com as técnicas de massagem específicas do nosso corpo, estimulam esses mecanismos”, continua Diana Patrício, formada em Naturopatia e Homeopatia na Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa.

Abordagem holística
A juntar a isto, a naturopatia tem uma abordagem holística, isto é, segundo explica a naturopata, não visa apenas tratar o sintoma, mas sim compreender o que o causa. “A naturopatia tenta compreender o que está a causar aquele problema, tentando perceber qual é a causa e se existem outros órgãos em desequilíbrio que estejam a provocar aquele sintoma”, acrescenta.
Neste sentido, Diana Patrício diz que é por isso que muitas vezes surgem as incertezas da medicina convencional. “As pessoas procuram alternativas à medicina tradicional, porque a resposta desta é limitada e trata-se o sintoma, mas não o que está por trás. Depois vêm os efeitos secundários.”
“Se houver dez pessoas com uma gastrite e as dez forem ao hospital, provavelmente vêm todas de lá com o mesmo medicamento. Na naturopatia o objectivo não é esse”, sublinha.
A naturopatia avalia cada caso como único, pois cada organismo funciona de forma distinta de doente para doente. A avaliação é feita segundo o sintoma demonstrado e, a partir daí, a apreciação do problema procura a causa desse sintoma e o objectivo é oferecer uma solução o mais especifica possível para cada doente.
O tempo que a naturopatia leva a surtir efeitos relativamente ao da medicina convencional depende dos casos. Se for uma doença crónica, a naturopatia leva mais tempo a actuar e a neutralizar a patologia. Mas, caso seja uma doença aguda, de que são exemplo as perturbações respiratórias, os métodos naturais desta medicina não-convencional têm resultados rápidos, podendo até evitar que as pessoas tomem fármacos.
Diana Patrício refere também que esse tempo é condicionado pela força vital – conceito associado à naturopatia – ou seja, depende da energia que cada pessoa possui para reagir ao tratamento.
A reflexologia, prática que consiste em aplicar pressão em determinados pontos das palmas dos pés e das mãos, é um dos pilares da naturopatia. “Sempre que temos algum problema a nível de um órgão, podemos estimular esse ponto através de massagens específicas em zonas do corpo. Por exemplo, a planta dos pés é uma espécie de mapa dos nossos órgãos”, explica a especialista.
Contudo, o tratamento tem de ser feito de forma global, pois o organismo funciona como um todo. “Não vamos mexer só naquela zona em específico, mas vamos aplicar as técnicas em todo o pé, e é comum encontrarmos outros problemas quando o fazemos”, continua.
Aliado à reflexologia está a prática da técnica japonesa shiatsu que, além da sensação de relaxamento, desbloqueia pontos que estão ligados a determinados órgãos, pois é aí que começa a doença quando há um bloqueio energético nesses pontos. “O shiatsu funciona como uma espécie de acupunctura, mas em vez das agulhas usa-se a pressão dos polegares do terapeuta nos pontos de acupunctura”, diz a naturopata.
A especialista preconiza que os tratamentos têm de ser acompanhados de uma alimentação saudável, sobretudo de origem vegetal. Na base das suas recomendações estão estudos que demonstram a não incidência de doenças como o cancro em populações que não consumiam proteína de origem animal, diz-nos.
Ainda dentro da vertente alimentar das terapêuticas naturopatas, Diana Patrício destaca a importância das ervas aromáticas que podem prevenir e tratar doenças. “A salsa, o tomilho e o aipo possuem uma sustância chamada apigenina, uma substância que ajuda a tratar problemas degenerativos ou prevenir alguns problemas como o Alzheimer”, conclui.
Se quer experimentar a naturopatia tenha em atenção o especialista a que se entrega. Verifique se tem formação adequada e certificação pela Administração Central de Sistemas de Saúde.

Publicado em 21 Julho 2016

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