Ponte de Sonhos - Crítica no Eu e o Bam

Há muito fascinada pela mundo de Efémera, Ponte de Sonhos era uma leitura muito desejada. Depois de personagens marcantes como o sensual Sebastian ou a emocionante Belladonna, mal podia esperar por me perder em mais paisagens de Efémera.
 
Anne Bishop fê-lo. novamente. Um livro magistralmente criado, tão digno de louvor quanto os seus precedentes... excepto pelo seu final. A história desta vez centra-se em Lee, irmão de Glorianna Belladonna e Construtor de Pontes, que vive com uma mágoa amarga. Esta mesma mágoa leva-o a Visão, onde conhece a misteriosa Zhahar e o xamã Danyal. A ameaça dos Magos cresce a cada dia e Lee tem de ultrapassar vários desafios, desde ficar cego a estar internado num asilo, mas acima de tudo tem de superar a própria mágoa, para conseguir encontrar a paz tão precisa. A história é fabulosa, mas nos capítulos finais é tudo demasiado apressado e, a meu ver, mal resolvido.

A impressão que eu tive foi a de a autora estar limitada no tempo ou então no número de páginas. Claro que para alguns leitores o final será excelente, mas quanto a mim, gostaria de saber em que ponto é que tanto Lee como Zhahar ficam, assim como Kobrah e ***. E não, não estou a ver as coisas pelo lado romântico; é que principalmente Zhahar ficou com bastante ainda por explicar, assim como o destino do seu povo ficou por saber.

Esta sensação de que algo não ficou terminado fez com que custasse mais o adeus a algumas personagens. Confesso que as novas apresentadas em Ponte de Sonhos não me cativaram tanto como as antigas, trazidas para as suas páginas. Zhahar é confusa e Danyal tem um potencial enorme, mas acredito que poderia ter sido mais elaborado. Lee é outra história. Uma personagem dividida, que nos conquista facilmente pela sua dor e simpatia, sensual (embora não directamente, mas a autora deixa esse aspecto bem claro em apenas duas passagens do texto) e memorável. O seu crescimento e a sua mudança denotam um trabalho bastante interessante na criação de personagens, que penso ser um dos pontos fortes deAnne Bishop.

A autora é aclamada várias vezes pelos livros da série Jóias Negras, e Efémera é várias vezes relegada para segundo plano, o que eu considero uma injustiça enorme. Conheço e reconheço a qualidade das Jóias, mas Efémera é bastante mais complexa e densa. Num universo carregado de clichés, as paisagens de Efémera aparecem-nos, originais, fantásticas, magnificamente construídas, sublimes.
 
Ponte de Sonhos e os restantes volumes da série são uma leitura que aconselho vivamente. É um trabalho inovador e bastante inteligente, um escape perfeito a uma realidade por vezes estranha e pontuada por livros medíocres. Com Efémera não se desiludem, e verão como vão sonhar com pequenos recantos de jardim e caixas de areia...
 
"Viaja com leveza, pois o que levas contigo torna-se parte da paisagem"
Publicado em 24 Outubro 2014

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