Rainha das Trevas - Crítica no blogue Ler y Criticar

Rainha das Trevas é o 3º e último livro da saga Jóias Negras, e agora que este complexo mundo está compreendido, e as suas personagens conhecidas, a leitura torna-se cada vez mais rápida e viciante.

Com uma história bem conseguida desde o primeiro livro, e que se desenvolve de forma eficaz, este livro é o culminar da acção de algumas personagens na tentativa de proteger/controlar/destruir Jaenelle. A intriga é boa e nota-se que o livro está muito mais virado para a acção. Devido a esse facto o desenvolvimentos das personagens é muito menos significativo do que nos livros anteriores, o que pode deixar uma sensação de vazio (Surreal é a única personagem em que senti algum desenvolvimento). No entanto, estas personagens, desenvolvidas nos livros anteriores, continuam a ser o grande trunfo desta história, porque nos ligamos facilmente com as mesmas. Este talvez seja o grande talento de Bishop: dar-nos personagens com as quais os leitores se ligam.

A narrativa está rápida, sem "grandes floreados" e aos poucos torna-se o livro mais forte e negro da trilogia. Há poucos momentos monótonos, muito graças a diálogos e acção constantes que nos levam a continuar a ler. Infelizmente Bishop centra-se demasiado nos pensamentos e sentimentos dos "bons da fita", o que nos dá uma aproximação/conhecimento muito maior com as personagens boas e aumentando a linha que os separa dos maus. Claro que esta divisão pode ter sido uma estratégia da escritora, mas sinceramente gostava de ver as personagens "más" mais desenvolvidas e quem sabe uma linha mais fina que separasse os bons dos maus, levando a alguma incerteza entre eles.

Outro ponto muito positivo neste livro é a ligação entre humanos e parentes, em que a autora conseguiu criar uma ligação quase instantânea que me agradou bastante e que ajuda o livro a tornar-se mais leve em certos momentos. Interessante ainda o facto de Daemon (para mim a personagem mais bem criada) tornar-se na base de tudo. É ele a força que sustenta as acções das diferentes personagens e não Jaenelle, e sem ele tudo caía. Esta mudança é muito agradável.

Dentro da dark fantasy, esta saga é das melhores que já li e agora percebo plenamente a quantidade de fãs que esta autora tem. Ao início sentimos que andamos dispersos pela saga, sem perceber o mundo em que esta se insere (ainda neste livro é explicações para o funcionamento do mesmo), mas aos poucos tudo se torna intuitivo e a leitura é feita sem esforço, ficando apenas por explicar algumas "partes" do poder de Jaenelle.

Dos 3 livros, este foi talvez o que menos me marcou, talvez por alguma previsibilidade no fim, ou talvez por continuar a sentir que nesta saga de dark fantasy faltou um vilão que me fizesse tremer. A falta deste vilão é para mim a maior falha da saga. No entanto, esta saga ganha o seu espaço por ser constante, com os três livros a terem uma qualidade semelhante e acima da média. Com facilidade em agarrar o leitor, um mundo complexo e personagens interessantes, esta saga é realmente boa e recomendo-a! Um grande feito da autora! 

Publicado em 11 Julho 2012

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