Resenha à Saga da Águia no blogue Livros a Doi2

Série da Águia de Simon Scarrow

 



Por ocasião do lançamento do 11º livro desta série, Pretoriano, pela Saída de Emergência e também para inserir a próxima opinião, lanço aqui o comentário a mais uma das séries que já sigo há bastantes anos.

Antes de mais, devo referir que esta foi uma das séries em que a editora Saída de Emergência me conseguiu conquistar graças à sua famosa promoção 2=3. Mas não foi uma primeira escolha. Na altura a oferta que pretendia era A Odisseia dos Dez Mil de Michael Curtis Ford, mas estando este esgotado, das opções existentes, acabei por descobrir um livro, com uma capa tão apelativa que nem se dava por ele, mas que nessa mesma capa se resumia em "Aventura, intriga e glória no seio das legiões Romanas". Não me pareceu mal, era oferta, não se perdia nada em arriscar. Já agora fica aqui a capa antiga:
 



A nova, bem mais cativante a meu ver:





e a Sinopse:
"Afastado de Roma devido a uma conspiração que envolve o próprio Imperador, o jovem Quintus Cato, amante das letras e da vida no palácio, chega à Germânia para se inscrever como recruta na Segunda Legião, a mais temida e afamada dos exércitos de Roma. E se a adaptação aos rigores da vida militar já se revela terrivelmente difícil, o jovem ainda tem de enfrentar o desprezo dos camaradas quando descobrem que, graças aos contactos que tem em Roma, Cato vai receber um posto superior ao deles: o de lugar-tenente de Macro, o mais experiente e destemido de todos os centuriões. Para recuperar o respeito dos camaradas, Cato vai ter de provar a sua coragem contra as sanguinárias tribos germânicas. E se sobreviver, o pior ainda está para vir: a Segunda Legião vai ser enviada para uma terra de barbaridade sem paralelo, a nebulosa e distante Britânia. E ele e Macro, escolhidos para uma missão secreta repleta de intrigas, que ameaçam não só as suas vidas, mas também o futuro do Império."

A verdade é que trouxe o livro para casa, li-o, gostei e fui comprando os seguintes. Tanto me agradou que Simon Scarrow é o autor de Romances Históricos actual que mais gosto de ler.

Curiosamente sinto por este autor uma relação diferente aos outros, porque Scarrow parece que cresce como escritor enquanto nós leitores acompanhamos e apercebemos-nos disso mesmo. Os dois primeiros livros da série, e também da sua bibliografia, "A Águia do Império" e "O Voo da Águia" são bons, interessantes, prendem-nos aos personagens principais, mas foi quando terminei de ler o terceiro livro "As Garras da Águia" que me apercebi de um salto muito significativo na estruturação da obra e qualidade da narrativa. Scarrow tinha dado um passo em frente e com isso adquirido um espaço privilegiado na minha estante, o dos livros que eu sei que me prenderão do início ao fim e sei com o que contar.

A série é, até ao momento, composta por 11 livros enumerados abaixo e que cronologicamente se passam entre o ano 42 e o ano 50.

1 - A Águia do Império
2 - O Voo da Águia
3 - As Garras da Águia
4 - A Águia e os Lobos
5 - A Águia de Sangue
6 - A Profecia da Águia
7 - A Águia no Deserto
8 - Centurião
9 - Gladiador
10 - Legião
11 - Pretoriano

Após o 7º livro o termo águia deixou de constar do nome dos livros, aparentemente porque o editor original quis atrair mais leitores à série. Portanto, actualmente é a Série da Águia sem águia.

Os livros são, apesar de seguirem uma cronologia, apresentados de uma forma independente e poderão ser lidos em ordem aleatória. No entanto, como têm sido escritos segundo a ordem cronológica, são mais dependentes desta do que por exemplo os livros da Série Sharpe de Cornwell.

Situando-os geograficamente, o primeiro livro é passado na sua primeira parte na Germânia, e na segunda parte tal como os livros 2, 3, 4 e 5 na invasão da Britânia. O 6º passa-se na Costa Ilíria, o 7º na Judeia, o 8º em Palmira, o 9º na ilha de Creta, o 10º no Egipto e o 11º em Roma.

A série evolui à volta de duas personagens principais, os heróis, Quintus Licinius Cato, filho de um liberto, que é incorporado nas legiões no início do primeiro livro e que é o oposto do soldado típico, extremamente jovem, alto e franzino, calmo, sensível, inteligente e muito dado a reflexões o que o torna algo inseguro, mas de uma determinação férrea que o torna num militar exemplar. E Lucius Cornelius Macro, o verdadeiro soldado, veterano com 15 anos de serviço, bruto, impulsivo, grosseiro, acho que nunca vi tanto palavrão junto em livros como nos "discursos" do Macro, disciplinado e disciplinador, baixo e possante.
Não poderiam ser mais diferentes, mas a amizade que os liga é coriácia pois não há Cato sem Macro e Macro sem Cato.

Ponto positivo em relação a Cornwell, que foi certamente um dos autores que inspirou Scarrow, nenhum dos personagens tem a veia de mulherengo de Sharpe, nem as mulheres fabulosas aparecem a cada esquina. Ponto negativo, as promoções nas carreiras, especialmente do Cato, são excessivamente rápidas. A este ritmo lá para o ano 65 o Cato deverá ser Imperador de Roma.

A escrita de Simon Scarrow é bastante descontraída, não tem a relevância histórica das obras de Cornwell, mas nota-se que há estudo por trás. As intrigas do Império Romano e a vida nas campanhas das Legiões Romanas "soam" a bastante verosímeis. As missões e as batalhas são muito bem descritas, extremamente visuais, brutais como se espera desta época histórica.

O 12º livro estará para sair em breve. Provavelmente continuará a seguir a ordem cronológica, mas espero que um dia Scarrow volte atrás e conte mais estórias de Cato e Macro na invasão da Britânia. Apesar de ser o início das suas aventuras penso que os livros passados nas ilhas Britânicas tinham mais ambiente, faziam parte de uma campanha mais longa, que durou 5 livros, ao contrário dos restantes que são mais individuais.

Nota (escala 1 a 10): 7,5 de média para os oito livros até ao Centurião.
TheKhan

Publicado em 26 Junho 2014

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