Só em Sonhos - Crítica no Morrighan

Dentro dos livros de Literatura Fantástica, os que envolvem algum tipo de mitologia são sempre os meus preferidos. Seja de forma fidedigna ou apenas como um meio de criar um mundo diferente, toda a magia envolvente, com demandas, catástrofes, sacrifícios e paixões platónicas, quando bem estruturada e bem desenvolvida acaba sempre por me prender e tornar a leitura num vício. Só em Sonhos, décimo quarto livro da série Predadores da Noite, publicada pelas Edições Saída de Emergência, é mais uma dessas obras. 

 
Xypher é um meio-demónio atormentado, um caçador de sonhos condenado ao Tártaro e a ser torturado o resto da eternidade, apenas aguardando ansiosamente a usa oportunidade de subir ao mundo superior durante o tempo a que tem direito para poder executar a sua vingança. Quando finalmente tem essa oportunidade, em muito pouco tempo o seu destino toma contornos imprevisíveis e a sua vida fica ligada à de Simone. Simone é uma mulher de armas que tem como melhor amigo um fantasma. Ao início, pensa-se ela é apenas mais uma mulher com alguma sensibilidade ao que é sobrenatural, mas na verdade há muito mais para descobrir sobre ela, incluindo coisas de que nem ela faz ideia.
 
Temos velhos inimigos, como Stryker e Acheron, temos a terrível Satara que vai fazer de tudo para fazer Xypher desaparecer para sempre e ainda Kat, na sua magnificência a entrar em acção quando mais era necessário. O jogo de palavras que muitas vezes não é claro, mas que tem sempre algo por trás, trará uma nova luz à trama, após toda a luta e sofrimento por parte dos protagonistas. Adorei Jaden. O pouco que lemos sobre ele planta uma curiosidade imensa e sem dúvida que ainda nos deve esperar um livro sobre ele. 
 
O que tem de mais apaixonante e vibrante nestes livros é a capacidade de nos transportarem para outros mundos em que as emoções se entranham em quem entra neles. O ódio fortíssimo, a paixão inesperada, o amor que cresce, o poder da vingança e, por fim, a deliciosa redenção. Existe todo um confrontar de medos, de inseguranças, toda uma aura de descoberta e perseguição pelo desconhecido que atormenta o leitor, no bom sentido, de forma constante ao longo da história. É também a capacidade da escritora em nos mostrar o que de melhor e de pior o ser humano tem, através destas personagens irreais, que acaba por tornar as histórias irresistíveis. 
 
Sherrilyn Kenyon, a meu ver, continua a ser a rainha do romance paranormal. Mais, acho que o facto de ter a capacidade de ter uma série tão longa em que a cada livro a história é diferente e nos deixa ávidos por mais, não é para qualquer escritor. Não é que a receita varie, porque, passados alguns livros, o leitor já sabe ao que vai, mas é antes a diversidade de emoções, de elos de ligação, de caminhos em conquista de objectivos e de pessoas amadas. No final de qualquer um dos livros, fica-se sempre com mais perguntas que respostas, tal como é constante a exigência de ter o próximo o mais rápido possível. Estamos perante uma escrita que continua a encantar e a vingar, e que tão cedo não conto deixar de ler.
Publicado em 24 Junho 2014

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