Tigana - Crítica em Bloguinhas Paradise

O mundo do fantástico, de uma forma muito particular, permite viajar para novos mundos, com a sua própria linguagem, costumes e pessoas. De facto, nestas viagens é várias vezes necessário um mapa ou, até mesmo, um tradutor.
 
Depois de conhecer J.K. Rowling e, mais recentemente, George R.R. Martin, a fasquia para os livros de fantástico ficou um pouco mais alta, fazendo com que esperasse cada vez mais deste género.

Quando iniciei a leitura de Tigana a sensação de voltar a um mundo semelhante ao dos “ Jogo dos Tronos” apareceu quase sem reparar. Contudo, este livro apenas se assemelha a este na qualidade de escrita e imaginação do autor. Não estou a dizer que é melhor ou pior que “As Crónicas do Gelo e Fogo”, só estou a dizer que gostei imenso desta história.  

Em Portugal, Tigana é vendida em dois volumes, no entanto a história original é só um volume. Deste modo, não me senti nada culpada em começar de seguida o segundo mal acabou o primeiro. A minha curiosidade não podia esperar e, na realidade, ele foi feito para ser lido seguido.  

Porém, devo dizer que quando comecei a história não estava tão fã como estou agora. A história ao início parece demasiado complexa, como se existisse um livro anterior que não lemos. São introduzidos muito termos e personagens novas de forma muito abrupta o que, leva a perder, um pouco, o fio condutor do que está a acontecer.  

Todavia, esta sensação não dura. Sem darmos por ela Guy Gavriel Kay leva-nos para dentro das aventuras das personagens, a sentir a sua paixão, a lutar pelos mesmos objectivos que eles. Ensina-nos que há coisas que, mais do que podemos devemos sacrificar, pois o preço por não o fazer é demasiado alto.  

É brilhante a forma como demonstra como até o pior vilão pode ter algo em comum com o maior herói e que, mesmo sendo o mau da fita, não se é desprovido de coração. As pessoas são sempre mais do que aquilo que vemos, e não as devemos julgar como culpadas sem antes conhecer todos os factos, especialmente nesta narrativa.  

Além de todo um enredo extremamente bem construído, o autor possui também uma escrita descritiva lindíssima, com uma cadência que torna a leitura muito viciante e impossível de parar. Além do mais, as personagens são impossíveis de odiar! Apaixonamo-nos por cada uma delas e vamos de bom grado na mesma viagem que elas.  

O título do primeiro livro é muito apropriado – “Tigana, A Lâmina na Alma” – pois, a história fica gravada em nós. Já coloquei este livro na lista dos para reler, para poder absorver todos os pormenores que me escaparam e relembrar alguns dos belos momentos que o autor criou.

"Não existem caminhos errados. Apenas caminhos que não sabíamos que teríamos de percorrer."

Publicado em 2 Janeiro 2015

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