Tragédia de Fidel - Crítica na revista Livros & Leituras

O autor propôs-se entrar na mente de um dos mais enigmáticos e marcantes líderes mundiais de todos os tempos, Fidel Castro. Fê-lo de uma forma original e caberá ao leitor avaliar se os objectivos foram alcançados. Ao longo da história, é possível encontrar as personagens mais surpreendentes, tais como Deus, Cristo, Fátima ou Dom Afonso Henriques. São figuras que valem pelo simbolismo que em si comportam, mas que não têm nada a ver com as figuras históricas do mesmo nome, como adverte o autor em nota prévia. No entanto, tal não passará do início da ironia que atravessará toda a obra.
O texto de João Cerqueira é, assim, divertido, de leitura fácil, mas nada aconselhável a leitores com suceptibilidade política ou religiosa. Trata-se de uma autêntica sátira, muito no seguimento de uma tradição construída por figuras como Gil Vicente, Ramalho Ortigão, Eça de Queirós ou Almada Negreiros. "A Tragédia de Fidel Castro", publicado pela Saída de Emergência, é uma narrativa que revela um autor imaginativo, que domina o discurso metafórico e que consegue argumentar em torno de acontecimentos nacionais e internacionais, bem como de figuras sagradas e profanas. O final da obra, em narrativa aberta, deixa ao leitor a possibilidade de continuar, no seu pensamento, esta história ou criar outras igualmente mirabolantes.

Publicado em 10 Setembro 2009

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