Tudo o que ficou para trás - Crítica em Sinfonia dos Livros
Tenho lido alguns livros da Nora Roberts e nunca fico decepcionada. Depois de ter lido "Começar de Novo", fiquei com grandes expectativas em relação a este novo livro lançado pela Chá das Cinco (Saída de Emergência). No entanto, tenho de admitir que os primeiros capítulos, para além de me provocarem um ódio imenso por uma das personagens, não me *agarraram* desde o início.
O livro começa por nos dar a conhecer um pouco de Philip Chamberlain. Um ladrão famoso, agora reformado e ao serviço dos Serviços Secretos (como parte de um acordo para não ir para a cadeia). A ideia é apanhar o ladrão de quem mais se fala: O Sombra. Tendo sido um ladrão de extrema perícia, é mais que normal e natural que seja Philip o mais indicado para tentar descobrir quem é o Sombra e onde ele está.
É neste ponto que recuamos no tempo e conhecemos a Princesa Adrianne desde o seu nascimento até aos dias actuais em que conhece Philip.
Adrianne é fruto do casamento entre o Rei Abdu e Phoebe, uma actriz famosa no auge da sua carreira que se apaixonou perdidamente por Abdu e por uma vida de ilusão. Sendo rei absoluto de Jaquir, Abdu leva Phoebe para o seu país, onde a introduz nos costumes e tradições locais. Jaquir é um sítio onde a uma mulher não é permitida educação, liberdade de expressão e ou de movimentos. Uma mulher em Jaquir obedece ao marido e tem uma única função: Gerar descendentes, de preferência masculinos.
Quando Adrianne nasce, começam os verdadeiros problemas de Phoebe. Para começar, em vez do filho primogénito que Abdu queria, nasce uma menina e para piorar a situação devido a complicações no parto Phoebe deixa de poder ter mais filhos.
Então e agora perguntam-me vocês qual foi a personagem que eu comecei logo a detestar nos primeiros capítulos? ABDU! Um homem horrível que casou com várias mulheres depois de Phoebe, para tentar filhos homens. Um pai detestável e abominável que maltratou e repudiou a própria filha que nada mais queria do que ser amada pelo pai a quem tanto respeito e amor tinha.
Com o passar dos anos, a mãe de Adrianne entra num mundo de dependência a fármacos, álcool (que ela adquiria clandestinamente) e delírios até que consegue uma oportunidade para fugir. Leva consigo Addy de 8 anos e com ela começa (ou tenta) uma vida nova. Daí até Adrianne deixar de ser a menina inocente de Jaquir para se tornar uma jovem mulher determinada a vingar-se é apenas um passo. Adrianne cresceu. Com o crescimento e maturidade o sentimento de revolta e de vingança por tudo o que ela e a mãe passaram por causa do pai aumenta e torna-se de uma importância vital na vida dela. No entanto, eis que Philip aparece e, aos poucos vai conseguindo perfurar naquela parede de betão armado que Addy tinha erguido à sua volta. É Philip que, muito contra a sua vontade, irá ajudá-la na sua vingança contra o pai e é Philip que dará a Addy esperança de uma vida melhor e mais colorida.
A partir da página 50 é que realmente comecei a entrar na história. O mistério que envolve a vida de Philip e o Sombra não deixam margem para mais nada a não ser a vontade de descobrir quem é realmente esta personagem (Sombra) e que ligação terá Philip e Addy a este ladrão escorregadio e inteligente demais.
Como sempre Nora Roberts consegue criar personagens cheias de vida e vibrantes. Se no início Philip me pareceu demasiado "plano", ao longo das páginas deste livro temos a noção de que ele é como uma tempestade em formação e Addy um furacão completamente formado. Cada encontro deles será como um "confronto de titãs" em que será sempre o amor e o desejo que os unirá.
Gostei imenso. No entanto, o final pareceu-me um pouco (bastante) brando. Abdu merecia ter sofrido horrores e não apenas o que sofreu. Foi mau demais para Addy e para a mãe, assim como para todas as esposas que não lhe conseguiram dar os filhos que ele ansiava. Merecia pior do que o que teve.
Obrigada à Saída de Emergência pela oportunidade que me deu de ler mais este livro *delicioso*.
Publicado em 23 Dezembro 2014
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