Vida Roubada - Crítica no ruadebaixo.com
Se te aguentares o tempo suficiente, alguém está a caminho
Na literatura, quando queremos falar do lado negro do poder exercido sob a forma de um absolutismo extremo, é imperioso recorrer ao triângulo “1984” – “Admirável Mundo Novo” – “Nós”. Porém, se quisermos transpor essa ideia de privação humana de oxigénio e controlo da mente para a realidade, mesmo que para um real a que é necessário acrescentar algum espírito inventivo, o destino final será, muito provavelmente, a sombria Coreia do Norte.
Muitos habitantes exteriores tentaram – na maior parte das vezes trocando os pés pelas mãos – já ilustrar o estado absolutista e desumano em que este país está submerso, mas provavelmente ninguém o terá feito como Adam Johnson em “Vida Roubada” (Saída de Emergência, 2014), livro que levou para casa o prémio Pulitzer em 2013.
O livro está construído em torno da figura de (...)