Helena de Tróia
Margaret George
Sinopse
Filha de um deus, mulher de um rei, prémio da guerra mais sangrenta da Antiguidade, Helena de Tróia inspira artistas há milénios. E Margaret George dá nova vida ao grande conto homérico pondo Helena a narrar a própria história. Através dos seus olhos e da sua voz, vivemos a descoberta da jovem Helena sobre a sua origem divina e beleza avassaladora. Pouco mais do que uma menina, Helena casa-se com Menelau, rei de Esparta, e dá-lhe uma filha. Aos vinte anos de idade, a mulher mais bela do mundo estava resignada com um casamento desapaixonado - até encontrar o atraente príncipe troiano, Páris. E quando os apaixonados fogem para Tróia, guerra, assassínio e tragédia tornam-se inevitáveis. Em Helena de Tróia, Margaret George capturou uma lenda intemporal num conto hipnotizante acerca de uma mulher cuja vida estava destinada a criar conflito... e a destruir civilizações.
O primeiro volume, embora lento, está escrito de forma muito rica e bonita, delicada e bastante feminina - é a própria Helena que nos conta a sua história. Mas no segundo volume parece que Margaret se cansou de Helena (eu, certamente que me cansei!) e o período da guerra arrasta-se, tornando esta parte do livro aborrecida de se ler (quando na verdade deveria ter sido a parte com mais ação e emoção).
É óbvio que a história, na sua essência, não podia ser alterada mas é difícil gostar de um livro quando não simpatizamos com as personagens principais: Helena abandonou a filha, os pais, o marido e os irmãos. E isso já e meio caminho andado para não engraçarmos com ela. Na versão de Margaret George, o marido de Helena até nem era mau diabo e ela deixou-o a ele e à filha (!) para fugir com um miúdo - a diferença de idades entre eles torna esta relação ligeiramente perturbadora. Na descrição de Margaret, Páris transparece como insensato, irresponsável e até um bocadinho infantil.
Além disto, para quem está a relatar a sua própria vida (ainda para mais uma vida marcada por grandiosos acontecimentos), Helena fá-lo sem emoção ou energia. Não há compromisso entre ela e o que nos está a relatar.
Preferia até que história fosse contada pelo ponto de vista da irmã de Helena, já que aparenta ser mais vibrante e arisca. E assim, já que Margaret não nos consegue levar a gostar de Helena, podia apresentá-la como a mulher egoísta e egocêntrica que ela "era"."