Rebelde
Bernard Cornwell
Sinopse
No verão de 1861 os exércitos do Norte e do Sul estão à beira de iniciar a Guerra Civil Americana, precipitando também a epopeia de um rapaz do Norte, chamado Nathaniel Starbuck, e de como acabou por lutar a favor dos sulistas. Rejeitado pela rapariga que ama e incompreendido pela sua família, Starbuck chega a Richmond, Virgínia, capital da Confederação Sulista. É salvo por Washington Faulconer, um milionário excêntrico que está a criar o seu próprio regime de elite para lutar contra os Yankees. Starbuck alista-se na Legião Faulconer, mesmo sabendo que isso poderá implicar lutar contra o seu próprio povo. Mas não é apenas Starbuck que enfrenta semelhantes dilemas e cedo toda a América terá de se render ao caos e à dramática violência que fratura o país em dois.
Críticas
"O que Cornwelll gosta mesmo é descrever batalhas... os leitores serão recompensados com o cheiro da pólvora a erguer-se das páginas."
-Daily Telegraph
"A sua série Sharpe fê-lo ganhar inúmeros adeptos entre os jornais britânicos. Esta série consegue ser ainda melhor."
-Daily Mail
"Cenas de batalhas grandiosas e intriga política brilhante norteadas por personagens lendárias com características muito humanas."
-Kirkus Reviews
Muitos sabem o quanto admiro a escrita de Bernard Cornwell. Exceptuando os inúmeros livros da saga Sharpe, penso que já li tudo o que ele escreveu e, embora tenha gostado mais de uns do que de outros, fascina-me sempre a forma viva como Cornwell ?pinta? os cenários históricos que cria, a forma realista como descreve batalhas e quotidianos há muito perdidos na História.
Nesta presente saga, Bernard Cornwell situa a acção em 1861 em pleno início da Guerra Civil Americana. De um lado os Estados Confederados do Sul e do outro, os Estados Unidos do Norte. De notar ser este o contexto, no entanto e neste primeiro volume, Cornwell nunca se debruça sobre questões políticas, ou seja, quem não souber do porquê deste conflito, nada vai ficar a saber.
O herói dá pelo nome de Nathaniel Starbuck. Nascido no norte, filho de um pregador anti esclavagista, foge para o Sul atrás de uma prostituta por quem se apaixona, no entanto, vê-se nas mãos de um bando de sulistas que o querem linchar. É salvo pelo excêntrico Washington Faulconer que o convida a incorporar um regimento de tropas para combater os yankees. Starbuck vê-se assim diante de um dilema: ao alistar-se nas tropas do sul, vai combater as tropas do seu país, arriscando-se a encarar no campo de batalha o seu irmão e amigos.
Pese embora o estilo de Cornwell esteja lá. A forma objectiva, directa e realista, o certo é que ele perde-se na descrição da composição do regimento Faulconer, assim como em pormenores da excentricidade desse personagem. De princípio ao fim, a personagem de Nathaniel não é muito credível. Ou seja, jamais consegue ter aquele carisma que os principais personagens de Cornwell têm. Não é muito coerente a sua forma de agir, nem lógico as causas que o levam a tomar parte de um lado que não é o seu. Depois, um dos principais pormenores das obras de Cornwell, é ter sempre um personagem forte que combate como um leão e que inspira nos seus inimigos temor. Com Nathaniel isso não acontece. Pouco mais do que um miúdo, ele próprio não sabe bem o que anda ali a fazer e, na única batalha que este volume descreve, Nathaniel assume uma postura e age de uma forma estranha.
Algo que também não apreciei, foi a quase ausência de cenas de violência militar. Ou seja, qualquer livro de Cornwell é semeado abundantemente de cenas de batalhas ou de conflitos extremamente violentos e reais. Aqui isso não se passa. Exceptuando uma ou outra escaramuça, apenas nas últimas páginas surge uma batalha entre os dois exércitos. Claro que escorre então muito sangue, homens e cavalos esventrados, etc e tal, mas o certo é que não chega para elevar este livro a um dos melhores deste autor que, pessoalmente, é um dos melhores do gênero histórico."