Ala Feminina
Vanessa Ribeiro Rodrigues
Chancela: Desassossego
Data 1ª Edição: 09/03/2018
ISBN: 9789898892041
Nº de Páginas: 272
Dimensões: [160x230]mm
Encadernação: Capa Mole
Preço Capa: 16,60 €
Preço Final: 14,94 €
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Sinopse
Pode a reclusão revelar mistérios da condição da mulher?
O que têm em comum uma colombiana, uma romena, uma angolana, uma venezuelana, uma uruguaia, três brasileiras e nove portuguesas?
Para elas, a liberdade é um desejo que carregam na mente, livre para sonhar, com o corpo preso num cárcere, labirinto entre o Rio de Janeiro, o Porto e Lisboa.
São mães, vaidosas, filhas, amantes, sonhadoras, escrevem cartas, leem livros, amam. São barqueiras invisíveis entre dois mundos: o mundo cá de fora e um céu gradeado. Este é mais do que um livro-reportagem, é a intuição subjetiva a partir de conversas com mulheres privadas de liberdade: os medos, os desafios, as conquistas, os desabafos, a ânsia de ser livre.
Para elas, a liberdade é um desejo que carregam na mente, livre para sonhar, com o corpo preso num cárcere, labirinto entre o Rio de Janeiro, o Porto e Lisboa.
São mães, vaidosas, filhas, amantes, sonhadoras, escrevem cartas, leem livros, amam. São barqueiras invisíveis entre dois mundos: o mundo cá de fora e um céu gradeado. Este é mais do que um livro-reportagem, é a intuição subjetiva a partir de conversas com mulheres privadas de liberdade: os medos, os desafios, as conquistas, os desabafos, a ânsia de ser livre.
Ala Feminina, de Vanessa Ribeiro Rodrigues, consegue-o. O livro contém entrevistas a reclusas do estabelecimentos prisionais femininos de Talavera Bruce (Rio de Janeiro), Santa Cruz do Bispo (Matosinhos) e Tires (Cascais). As entrevistas, curtas devido às limitações inerentes ao tópico, são emolduradas pela prosa da autora, que fornece contexto suficiente para trazer o leitor a um lugar (espaço imaginado e emocional) propício à escuta, sem nunca ceder à tentação de interferir com a relação entre leitor e sujeito.
A voz é dada às mulheres. Falam com uma maturidade que sugere uma idade que muitas vezes não têm. E percebemos a ironia: ao julgar uma pessoa por um crime, ao fazê-la passar pelo penoso processo de julgamento, condenação, cumprimento da pena, e pelo talvez mais penoso ainda processo de reflexão e introspecção, forçamos uma transformação. A pessoa que cumpre o castigo é uma pessoa diferente da pessoa que o cometeu.
Pode a reclusão revelar mistérios da condição da mulher? pergunta o subtítulo do livro. Não sei se a condição da mulher é misteriosa, mas o que Ala Feminina parece revelar é que as coisas mais triviais são também as nossas necessidades mais universais: as relações sociais e afectivas, ocupar o tempo de forma produtiva. Passar o tempo e ocupar a mente são as preocupações mais citadas pelas reclusas, e os três antídotos são, surpreendentemente ou não, o trabalho, a música e os livros.
E quase no fim do livro, numa conversa com uma reclusa, é abordada, ao de leve, uma questão, tanto quanto sei, pouco explorada: como é que julga o sistema de justiça quem tem dele a experiência mais direta? A questão ficou comigo, a inquietar-me. E para que servem os bons livros, se não para nos dar, em doses homeopáticas, esperanças e inquietações?
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