O Cônsul Desobediente
Sónia Louro
Sinopse
Plano Nacional de Leitura - Livro recomendado para Ensino Secundário
Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes, e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. Cônsul brilhante, marido feliz, pai orgulhoso, teve a sua vida destruída quando, para salvar 30.000 vidas, ousou desafiar as ordens de Salazar.Cônsul em Bordéus durante a Segunda Guerra, é procurado por milhares de refugiados para quem um visto para Portugal é a única salvação. Sem ele, morrerão às mãos dos alemães. Infelizmente, Salazar, adivinhando as enchentes nos consulados portugueses, proibira a concessão de vistos a estrangeiros de nacionalidade indefinida e judeus. Sob os bombardeamentos alemães, espremido entre as ameaças de Salazar, as súplicas dos refugiados e sua consciência, Aristides sente-se enlouquecer. E então toma a grande decisão da sua vida: passar vistos a todos quantos os pedirem. Salvará 30.000 inocentes mas destruirá irremediavelmente a sua vida.
Este não é um romance qualquer. Sónia Louro fez um trabalho exímio de investigação e soube resistir à tentação de dourar a pílula.
O Aristides de Sousa Mendes que descobri ainda é mais heróico que o imaginei, precisamente pelas imperfeições que tinha.
Todas as controversas: processos disciplinares, apropriação de dinheiros públicos, infidelidade estão primorosamente tratadas. É precisamente, a humanidade muito terrena de um homem sempre com pouco dinheiro, para sustentar uma extensa prole, que torna tão extraordinário que tenha recusado o ouro e diamantes que tantos refugiados lhe terão oferecido.
Aprendi que ele fez mais do que assinar livremente vistos no seu consulado, pois foi a outro consultado e até aí assinou, enganando as autoridades locais. Quando até daí o expulsaram (descobrindo o engodo) foi para uma praça e assinou o que lhe colocavam na frente. Actos de extraordinária coragem.
Um livro magnífico, realmente a não perder."
Desta vez era o desafio era duplo. Além de ter de suplantar a obra anterior, a Sónia tinha a pressão acrescida de estar a escrever sobre alguém cujos descendentes ainda são vivos. Pelo que li e ouvi, ambos os desafios foram ultrapassados.
Quanto à história propriamente dita, percebe-se uma evolução, principalmente na forma como esta é estruturada. Este é um romance histórico-biográfico cuja narrativa não é linear. A história saltita de episódio em episódio levando o leitor a tentar adivinhar o que virá a seguir."