
BANGCAST #69 – Quando o Vaticano Caiu, com Pedro Catalão Moura

Vídeos da Bangcast
Lembram-se do quanto era bom ouvir o Professor José Hermano Saraiva? Aquela sensação de termos aprendido
imenso e ao mesmo tempo termos a sensação de que fazíamos parte da “acção” das suas descrições históricas?
Ouvir António Monteiro a falar de temas como a literatura de horror, ou mesmo de autores deste género é isso! É ficar completamente deslumbrado primeiro pelo nível de conhecimento do nosso convidado, e pela capacidade do mesmo de nos levar numa viagem incrível pela sua narrativa, que poderíamos ficar a ouvir durante horas!
O Ep #18 que foi para o ar na véspera de Natal é sobre um autor especial para a Saída de Emergência, H. P. Lovecraft. Mais uma vez o anfitrião estará à conversa com os companheiros habituais Luís Filipe Silva e Bruno Soares Martins, e desta vez o convidado especial é António Monteiro.
António Monteiro é já conhecido do público que segue a revista, assim como a coleção Bang!. Colaborador habitual da Revista, onde publica habitualmente, ou quase sempre sobre autores do terror, na sua maioria clássicos.
É por isso o convidado perfeito para apresentar H. P. Lovecraft para quem ainda não conhece o autor ou a sua obra, mas também para enriquecer o conhecimento daqueles que já passaram pelas páginas escritas do autor, mas que nem por isso conhecem a sua vida, influências e percurso.
Depois de duas tentativas, ambas canceladas devido à pandemia que vimos vivendo nos últimos dois anos, decidimos trazer Joe Abercrombie ao BANGCAST.
Joe Abercrombie não é um convidado qualquer, na verdade é um daqueles que sempre soubemos que não podia faltar MESMO na coleção BANG! E não falta. Com a edição do “A Vingança Serve-se Fria” faz desde 2020 parte desta grande coleção.
O autor conta já com um extensa lista de publicações, tudo dentro da fantasia, com variados estilos, que vão desde grandes, pesadas e obscuras histórias, até fantasia mais juvenil. Por cá, e por razões já previamente explicadas por diversas vezes pela editora, temos muita vontade de editar mais do autor, um desejo já diversas vezes adiado.
Entretanto, enquanto não podemos ter o autor connosco fisicamente, trazemos um pouco do que ele nos pode oferecer através de uma entrevista para a Revista Bang! º 28 (2020) e o mais recente ep, o #19 do BANGCAST, que conta com os nossos convidados habituais: Luís Filipe Silva, Bruno Martins Soares e o nosso anfitrião, o editor Luís Corte Real para conduzir esta conversa cheia de temas interessantes para todo e qualquer leitor.
Para assistires a este episódio (assim como os anteriores) basta clicares aqui e escolheres a tua plataforma habitual:
https://bangcast.buzzsprout.com/
É interessante para um autor que já anda por aqui há algum tempo – os livros novos são publicados em diferentes línguas em momentos distintos e os livros antigos têm uma vida duradoura. Surgem constantemente novas edições, e é por isso que há novos leitores a conhecer livros mais antigos. Há pouco tempo reli todos os livros da série First Law quando estava a rever o meu livro mais recente, A Little Hatred. Nesse sentido, não sinto este livro como “antigo”, mais como uma parte de um assunto
permanente.
É uma história negra, tóxica, sangrenta e ocasionalmente divertida de vingança.
Bem, dizem que deves escrever sobre aquilo que conheces… Sempre gostei de coisas que são obscuras e sombrias, sejam westerns, thrillers ou fantasia. Quando leio, quero temer pelos personagens, quero vê‑los enfrentar situações tenebrosas e perigosas, por isso tento escrever da mesma forma.
Isto pode parecer estranho vindo de alguém que escreve livros bastante grandes de acordo com a maioria dos padrões, mas fiquei um pouco frustrado pelo tamanho de muita da fantasia – séries cada vez maiores de livros cada vez maiores. Quando
terminei a minha enorme trilogia, quis tentar escrever histórias mais direcionadas, que se passassem no mesmo mundo e incluíssem algumas das mesmas personagens, mas fossem mais focadas, talvez com enredos mais cinematográficos. Queria que os leitores pudessem escolher e experimentassem um único livro em vez de terem de estar sempre à procura do primeiro livro de uma série.
É uma pergunta interessante – em muitos sentido é uma ótima profissão. É criativa, tens um total controlo sobre o que fazes e como, e recolhes todos os benefícios do sucesso que alcanças. Mas a maior parte das vezes também pode ser muito solitária, daí ser fundamental a colaboração com os editores e os encontros com os leitores, sempre que possível. E há desafios – depois de finalmente teres terminado aquela incrível trilogia de fantasia que sempresonhaste escrever, tens de continuar a escrever a longo prazo e ter uma verdadeira carreira.
Bem, ganho a vida a escrever sobre espadas mágicas e feiticeiros, por isso, imagino que estou perto do topo da escala. Também jogo muitos videojogos, e sempre o fiz. Quando era criança, também joguei muito roleplaying games, mas agora já não tenho tempo para o fazer.
Gosto de ficção científica, mais de filmes e televisão do que da escrita, mas nunca ocupou no meu coração o mesmo lugar da fantasia. Nunca me imaginei a escrever ficção científica.
Ah! Nunca me imaginei a fazer uma coisa dessas. Podes ficar chocado por saber que na verdade não li todos esses autores. Mas deixa‑me escolher aqueles que foram grandes influências para mim. George R.R. Martin, claro, abriu‑me realmente os olhos quando li A Guerra dos Tronos, na década de 90. Naquela época, tinha‑me de certa forma desapaixonado pela fantasia – parecia‑me ultrapassadae previsível –, e ele mostrou‑me que se podia fazer algo sombrio, chocante, imprevisível e direcionado para as personagens mantendo o foco na fantasia épica. Depois, Fritz Leibner é também um escritor que admiro, talvez um pouco ignorado nos nossos dias, mas as suas histórias têm um charme fanfarrão e são frequentemente muito divertidas, que é
uma coisa que não temos suficientemente na fantasia.
Digo a mim mesmo o mesmo todas as manhãs… BANG!